Nossa imagem de hoje, da primeira metade dos anos 40 mostra os trabalhos finais, na verdadeira terra arrasada que se transformou a Av. Pres. Vargas no coração do Centro do Rio.
As obras estavam na sua etapa de acabamento e urbanização da nova via, todos os obstáculos, como igrejas seculares e tombadas, farto comércio, residências, logradouros históricos, mercados públicos, parques e até mesmo a prefeitura tinham dado lugar a estéril paisagem, que mesmo urbanizada pouco diferiria desta imagem, dada a aridez da avenida.
As pistas centrais já estão abertas ao tráfego com seu piso de placas de concreto, as pistas laterais ou ainda estão na base do pavimento ou ainda estão com algumas ruínas em seu traçado, como vemos na esquina da Rua Miguel Couto, onde junto com o grupo de pessoas, vemos manilhas das galerias de esgoto e pluviais como uma fileira de pedraria, ruínas de uma das últimas construções a cair, a igreja de São Pedro, ou futuros meio-fios.
A iluminação ainda era a provisória, feita por postes de ferro fundido e luminárias padrão light sustentadas por traves metálicas, típico arranjo para obras da cia. de iluminação pública, que até poucos anos atrás podia ser encontrado na boca sul do Rebouças, no traçado engolido da Rua Pio Correia.
É impressionante constatar que todo o homogêneo casario em poucos anos sumiria do mapa, aliás o processo de desapropriação desses imóveis, em toda a extensão da avenida decretou seu fracasso de ocupação. Não houve uma desapropriação por zona, como foi feita na abertura da Av. Rio Branco. Mas sim prédio por prédio, por interesse público, mesmo erro do Metrô nos anos 70. Isso causou imóveis em quase ruína por longas batalhas processuais, ou então terrenos afetados a administração pública, que até hoje não podem ser vendidas e não interessam seus donos, autarquias ou empresas federais há muito em Brasília.
Outro ponto interessante é que os prédios que existiam na zona atingida, embora novos foram sendo demolidos, por serem inadequados ao novo PA em poucos anos, como o prédio de segunda geração da Rio Branco, que vemos na direita da imagem. Em pouquíssimos anos estava no chão e o da esquina com a Rua Uruguaiana, que não chegou a década de 60.
Vemos ainda a marca do canteiro central da Av. Rio Branco, removido nessa época, mas que por uma diferença de pavimento e pelo costume dos motoristas continuou como um obstáculo fantasma na avenida por vários anos.