Uma breve história da CEE-GB/CME-Rio sua sucessora Rio-Luz e nova maracutaia do Dudu

 
Nosso post de hoje, fixa-se numa imagem do passado, e a história envolvida por de trás dela, mas não pode deixar de falar de um tema atual, na realidade mais um assalto orquestrado ao cidadão pelo grupo político que se aboleta no Piranhão desde do meio dos anos 90.
Nossa imagem, do acervo do Globo mostra um flagrante da troca da iluminação pública no Largo dos Guimarães, em 1969.
O Rio de Janeiro, antiga capital federal,  era a cidade que mais possuia pontos de iluminação pública no Brasil até os anos 40, mas a falta de investimentos no setor nos anos 50, por desinteresse da Light e do governo distrital, já envolvido com a construção de Brasília, entregaram a cidade aos Cariocas em 1960 como uma das capitais mais mal iluminada das américas.
A rede entregue em 1960 era composta de 48.600 incadescentes e 2.100 fluorescentes ( nas vias especiais como Av. Brasil, Perimetral, Largo da Carioca, viadutos etc…) e apenas 08 a vapor de mercúrio. Em 1963 já com a criação da CEE o sistema foi expandido para 55.100 incadescentes, 5.160 fluorescentes e 150 de vapor de mercúrio. Pouco em relação as outras cidades, principalmente as lâmpadas mais modernas como a de Luz Mista e Vapor de Mercúrio, isso sem contar com as novatas de Vapor Multi-Metálico e de Sódio.
O Rio nos anos 50 foi uma das cidades pioneiras na experimentação da iluminação a vapor de mercúrio, ainda no segundo governo Vargas, onde as 08 luminárias foram instaladas na Praia do Flamengo, mas se parou por aí. As fluorescentes, eficientes mas com manutenção complicada, já exisitam desde os anos 40 na Av. Brasil, e muito pouco se evoluiu desde daí.
Por isso por volta de 1964 decidiu-se criar o Plano Diretor da Iluminação Pública, tendo sido concluído em 1968. Como resultado chegou-se a conclusão que, todo o parque de iluminação pública da Guanabara deveria ser trocado. O modal preferêncial era o Vapor de Mercúrio, já ultrapassado no primeiro mundo, mas que promoveria uma radical evolução num sistema parado no imediato pós guerra.
Discute-se até hoje porque não se utilizou-se mais intensamente os vapores Multi-Metálicos e o de Sódio, presentes desde a inauguração no Aterro e depois na Ponte Rio-Niterói respectivamente. E também o porque da susbstituição não só do veículo de iluminação, mas sim  de todo o parque, descartando as luminárias antigas, que deveriam ter sido mantidas nas áreas históricas, sendo apenas modernizadas.
Mas essa era uma prática comum, pelo menos nos EUA, onde cidades como Nova Iorque, fizeram o mesmo que o Rio, jogando todos os postes de ferro fundido fora. Atitude revista hoje, onde os postes elétricos originais da cidade estão, desde os anos 90, sendo reinstalados na cidade, com modernas lâmpadas de sódio e até mesmo LED. Los Angeles, modernizou parte de seu parque, mas mantém até hoje departamentos especiais para cuidar das luminárias do pré-guerra na cidade.
As primeiras modernas luminárias instaladas foram as Thonson, do modelo suspenso, que substituia as padrão Light, de modo fácil em várias ruas principais da cidade, onde antes passava o bonde, como as Ruas Uruguaiana, Conde de Bonfim, Av. Copacabana, Siqueira Campos, Sete de Setembro, Carioca….
O sistema então foi evoluindo, as luminárias comuns seriam suportadas por braços curvos, presos nos postes já existentes, ou então no modelo “padrão Rio”, postes de aço galvanizado, de 09 metros de altura e curvos. De início se utilizou as luminárias feitas pela Thonson, depois as  GE, Westinghouse, Sylvania até chegar nas Peterco, que agregavam na luminária o reator e até mesmo se necessário a célula foto-elétrica, tudo muito prático. Esse modelo dominou a cidade a partir de 1971/72, usando lâmpadas de descarga de 250 W e 400 W. Nos anos 80 as de 250W foram sendo substituídas pelas das de 400W.
Nas grandes vias se optou pelos modelos Philips, de alta capacidade, usando lâmpadas de 400, 600 e até 1000W de mercúrio, as luminárias da Philips, partiam de um sistema completo,lâmpadas, reatores, chaves magnéticas, células foto-elétricas, gabinetes de controle, o que dava grande confiabilidade ao sistema. Elas podiam ser instaladas em postes curvos “padrão Rio” de 12 metros, como os que existiam na Rio Branco ou por postes de concreto de 12, 15 e 20 metros, onde eram dispostas em jogos de 3 ou 4 formando pétalas,  as luminárias inicialmente podiam comportar até duas lâmpadas de 400 ou 600 W, as de última geração podiam comportar até duas de 1.000W.
O Parque de Iluminação da CEE também possuía alguns sistemas estanques, com os do Aterro, com postes de 45 metros com 06 luminárias de 2.000 W cada de Vapor Multi-Metálico, os das Praias do Flamengo e Botafogo que usavam luminárias circulares Siemens de ótimo gosto e o da Av. Brasil, verdadeiro peso pesado em grandes luminárias Peterco de alta capacidade para lâmpadas de 2.000 w de mercúrio, com 06 lâmpadas em cada conjunto de 04 luminárias.
E assim os sistema foi sendo trocado, durante os anos 70, 80 e 90, onde os últimos pontos incandescentes ainda na mão da Light foram se extinguindo.
Nesse trabalho todo a CEE e suas sucessoras a CME e a Rio-Luz sempre foram estatais, de altíssima eficiência, usando materias que em muitos casos modernizados funcionam até hoje como as lonjevas Peterco de 400W, hoje com os reatores mudados para sódio. São luminárias de mais de 35 anos que normalmente estão sempre em bom estado e  são facilmente recondicionadas. O que prova a ótima qualidade dos insumos comprados pela Adm. Pública.
Mas em algum ponto, quando a Rio-Luz era tão eficiente quanto a Conlurb algo começou a ocorrer, o “Apagão do FHC” juntamente com o Reluz, um programa do governo federal, que começou a modenrização do parque para as de Vapor de Sódio. Novamente o Rio corria atrás do prejuízo, pois quase todas as capitais já estavam abandonando há anos o Vapor de Mercúrio, pouco eficiente e gastão.
O material de início era de boa qualidade, haviam luminárias GE iguais as americanas, mas em pouco tempo as novas luminárias instaladas eram péssimas, usando materiais baratos, mas pouco duráveis como globos óticos de plástico e carcaças de ABS, que não suportam a poluição e o clima agressivo do Rio.
A saída foi modernizar as Peterco,  mas aí começamos a assistir o desmonte da estatal, pelo populismo e má gerência. A iluminação pública foi sendo levada para dentro das favelas, que não pagam IPTU e danificam com vandalismo, ou terrorismo o sistema, de pedradas a tiros de fuzil. Mas também a Rio-Luz começou a instalar seus pontos de luz dentro de condomínios fechados e vilas, outro desvio.
Por uma brecha constitucional que ressucitava a TIP ( Taxa de Iluminação Pública) alegria dos prefeitos do interior, o prefeito anterior, mestre do atual, encaminhou um ante-projeto para tungar o bolso do contribuinte carioca. Enquanto isso a cidade ia ficando às escuras, nem material básico a Rio-Luz possuia, a imagem das luminárias apagadas com um X de fita isolante na lente, indicando que não era só lâmpada, virou algo comum.
O atual prefeito assumiu com grande estardalhaço dizendo que não havia material em estoque ( algo já sabido por cariocas bem informados como este que escreve) e que faria várias emergenciais para sanar o problema.
Mas, passado quase um ano, a cidade continua tão escura quanto antes, o parque de iluminação pública está decaído. Aí nosso Dudu apresenta a proposta de privatizar a Rio-Luz, um balão de ensaio, muito criticado, enquanto o ovo da serpente chocava nas subcomissões da Gaiola de Ouro.
A TIP, não uma TIP qualquer, mas uma TIP populista que calcula a alíquota pelo consumo do relógio de luz. Ou seja quem gasta mais luz em casa, vai pagar mais pela mesma potência instalada na rua que seu vizinho, que gasta menos, por N motivos. O que é um atentado aos pilares do Direito Tributário.
Além disso o lobbie evangélico, de transito tão fácil no legislativo fluminense, barganhou seu voto através de uma emenda que dá mais uma das inúmeras insenções que os templos recebem, criando mais injustiça fiscal.
Nosso prefeito está muito satisfeito, arrumou mais uma verba para desviar e aplicar em factóides, alega que a verba é “carimbada”, mas sabemos que carimbo de verbas públicas no Brasil é do das conta correntes privadas dos laranjas e aspones…..
A CEE-GB, a CME-Rio e a Rio-Luz fizeram muito mais, sem cobrar descaradamente do consumidor, pergunto, para onde foi essa verba ?????