Praça Paris, vista do torreão do Cassino Beira-Mar, meio dos anos 30

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Nessa foto do acervo da Revista Life, vemos um ângulo que estava no seu canto do cisne, uma panorâmica da Praça Paris, tirada de um dos torreões do Cassino Beira Mar.
Em 1937 o conjunto do Theatro Cassino e Cassino Beira-Mar seria demolido pela Adm. Dodsworth encerrando a curta, confunsa e intensa vida dos prédios geminados, construídos para a Expo de 22, e que nunca chegaram a ser usados para este fim. Foram demolidos para melhorar o fluxo de bondes que saia do Passeio rumo a Z. Sul, eliminando uma curva abrupta na Rua Luiz de Vasconcelos e criando mais uma pista, paralela na Beira Mar, em partes do ancestral terraço.
A velha Avenida Beira Mar de Passos ainda pode ser imaginada na esplanada recém aterrada e urbanizada, as pistas em primeiro plano ainda conservam os postes da Av. Central, a partir da senhora que atravessa a via, tudo é aterro, na realidade mais aterro, pois o mar batia muito mais para dentro, na linha da Rua do Passeio, mas podemos ter como histórica a linha imaginada onde nosso fotógrafo estava.
Vemos uma cidade bem cuidada, sem a verticalização excessiva que achatou o espaço público e o horizonte, os anos 30 talvez  foram o apogeu urbano da cidade do Rio, que foi inchando e perdendo qualidade até o caos dos anos 50, tendo respirado de novo do estado da Guanabara até meados dos anos 80, onde mergulhou em novo período negro, do qual  espera um novo grande administrador para retirá-la da lama.

10 comentários em “Praça Paris, vista do torreão do Cassino Beira-Mar, meio dos anos 30”

  1. Nunca é demais dizer: que maravilha devia ser o Rio das décadas de 30 e 40!
    Vendo os candidatos à última eleição para a Prefeitura e os pré-candidatos ao governo do Estado para a eleição do próximo ano sinto que “um novo grande administrador para retirá-la da lama” ainda é um sonho distante.

  2. Prezado Andre.
    Quando da ultima “reforma” do Passeio Público parece-me que as escavações junto a já destruída fonte de Mestre Valentim, descobriram restos do piso deste cassino. Simplesmente ignoraram e o sepultaram novamente.
    Mesmo que destruído, poderiam deixar uma faixa “post mortem” para lembrar, ainda que não fizesse parte do contexto do PP naquela época, como um marco desta edificação.
    Faço analogia com o Parque das Ruinas lá em Sta.Teresa, que para mim é até uma homenagem ao que restou mas também uma apologia a distruição e descaso.

    1. Não foi bem assim. As escavações descobriram os restos do prédio e foi feito um trabalho arqueológico no local. Terminado o estudo (não sei se recolheram peças) o sítio foi recoberto com terra justamente para conservar o material, que poderia se degradar mais se fosse exposto. A área foi demarcada com pedras na superfície e colocaram uma placa informativa.
      Pelo tamanho das ruínas, a impressão é que o Casino não foi completamente destruído e sim demolido pela metade, eventualmente usando o entulho de cima pra cobrir a parte de baixo.

  3. Fazendo um mero exercício de imaginação, mesmo que a paisagem que estamos vendo continuasse exatamente assim, com o Aterro do Flamengo ia se perder completamente tanto em proporções como em conservação pois já seria área de circulação secundária.
    Para que continuasse tão bonito assim, só sem o Aterro e, sem o Aterro, só se não tivessem escolhido o transporte individual em detrimento do público.
    Resumindo: carro em cidade é uma praga.

    1. Pois é, podiam ter construído o Metrô na época do Carlos Sampaio, pelo menos neste trecho (onde ele viria a passar 50 anos depois). Os projetos vinham desde o século 19 e passaram batidos por décadas por causa do lobby da Light e bondes (se não me engano). Da mesma forma que hoje em dia os projetos de transporte público são atropelados pela máfia dos ônibus. Donde se conclui que no Rio de Janeiro as empresas de transporte é que são a praga.

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