Nesse pequeno fragmento de imagem, retirado de uma panorâmica vemos detalhes da movimentação da Praça Floriano, em plena cinelândia nos anos 20.
Primeiramente chama a atenção a pequena movimentação de automóveis tanto na avenida como a Rua 13 de Maio, que nessa época, por força das reformas urbanas de Passos tinha anexado o último trecho da Rua da Ajuda, dois carros se encontram estacionados alinhados com o meio fio do lado oposto do Teatro Municipal, enquanto outro automóvel passa em direção ao Largo da Carioca.
Na avenida dois pedestres aparentemente esperam a sua oportunidade de atravessar, com pouca pressa, no centro da pista, não usada como passagem pelos carros em virtude dos refúgios da arborização e da iluminação; outro aguarda junto a um poste do outro lado da rua.
O urbanismo, ou melhor a sua conservação chama a atenção, a calçada é perfeitamente alinhada, os bancos estão pintados e aparentemente em bom estado, e os jardim corariam qualquer diretor da FPJ dos dias de hoje. O mobiliário urbano está bem conservado, os postes bem pintados e os globos tão limpos que podemos ver no vidro leitoso a base dos soquetes das lâmpadas que eram de porcelana branca, tudo muito deferente de hoje onde em alguns lugares é difícil de enxergar para dentro das luminárias de rua, apesar de hoje elas serem de acrílico ou vidro temperado transparentes.
Talvez o maior pecado do Rio foi ter crescido tanto nos anos 50, um crescimento sem o acompanhamento da infra-estrutura de uma cidade que já vinha sendo abandonada pelo seu principal mantenedor o governo federal, visto da histórica falta de autonomia administrativa, que era histórica e mesmo depois de lutas nos anos 30 só viria ser conquistada no Estado da Guanabara, onde a cidade, mesmo com a migração de pouca qualificação conaseguiu tr outro bom período administrativo e de crescimento mais equilibrado, o que se viu depois é o que se vê hoje.
Imagem da coleção de Francisco Patrício