Na nossa imagem de hoje vemos a Rua 13 de Maio com o PA da época do governo Passos, é impressionante compararmos com a largura de hoje da via, fruto do PA do Plano Agache do final dos anos 20 e pensarmos ainda que ele era ainda mais estreita antes de ser alargada e requalificada na época das grandes reformas urbanas implementadas pelo grande prefeito no início do séc.XX.
A nossa janela de tempo é dada por não só a presença do templo da Igreja Anglicana, como também pela existência do Teatro Lyrico bem no entroncamento com as Ruas Sen. Dantas e Barão de São Gonçalo , lembrando que a 13 de Maio ainda continuava seu traçado até o fim do prédio da Imprensa Nacional, mais ou menos na esquina com a Bethencourt Silva.
A iluminação pública ainda é feita à gás por postes franceses de três queimadores, do mesmo tipo que depois foram, adaptados para luz elétrica, usados em ruas e praças da cidade como na Av. Atlântica entre 1919 e 1936, mas também há alguns postes em estilo NY como os que existem até hoje no Beco da Sardinha, reforçando os lampiões à gás, pratica muito comum nos anos 10 e usado em vias mais importantes como a Av. Central e Atlântica antes da duplicação.
Nessa parte do quarteirão, demolida para o alargamento da rua funcionava até mais ou menos essa época a fábrica de chocolates da Bhering, antes da sua transferência para o Santo Cristo, na fábrica de interessante estilo que se encontra praticamente abandonada nos dias de hoje.
Além da paisagem urbana a nota interessante da foto pode ser dada pelo caminhão tanque que lava a rua no lado direito do carril que passa em direção ao terminal da Galeria Cruzeiro. É um daqueles exemplares dos anos 10, de rodas raiadas de madeira ou metal, envoltas por tiras de borracha maciças certamente devido a falta de confiabilidade dos pneus à época.