Nessa foto tirada por turistas argentinos, o que nos interessa não é o casal em primeiro plano, mas simn a paisagem urbana que se descortina pelos seus ombros.
Na parte esquerda vemos a Lagoa talvez no seu período mais intenso de modificações desde as obras de saneamento do prefeito Carlos Sampaio e a construção do Jockey poucos anos depois.
Nessa época as vias de entorno da Lagoa começavam a ser unidas como concretização do plano de transforma-la na rota distribuidora de trânsito da Zona Sul , com a chegada nela da Linha Vermelha ( Túnel Rebouças ) e a Auto Estrada Lagoa Barra, ligando a Z. Sul respectivamente à Z. Norte e fronteira da Guanabara e a Z. Oeste para onde a cidade deveria crescer.
Para isso aterros aconteciam e a remoção das ocupações irregulares que existiam em diversos pontos era imperiosa. Na nossa foto vemos três delas ainda praticamente intactas, podendo-se ter inclusive uma idéia da dimensão da Favela da Praia do Pinto, bem a cima do ombro do rapaz. No litoral pouco à frentre vemos as favelas do Guarda e da Ilha das Dragas nessa época já unidas em uma só. E junto ao muro do Jockey a pequena Favela Piraquê.
A Ilha Piraquê já ocupada pelo Departamento Esportivo do Clube Naval há pouco mais de 20 anos à época promovia seu primeiro grande aterro, como podemos ver pela imagem onde a grande área sem urbanização é a que está sendo aterrada, para a construção do ginásio, campo de futebol, piscina recreativa e quadras esportivas. A disposição das quadras de tênis também era diversa.
Mais ao fundo vemos o Drive-in operado numa área estadual por concessão pelo empresário Ricardo Amaral, que continua até hoje sem justificativas plauzíveis ocupando a área, privatizando a vista e a fruição de boa parte da Lagoa pelos cariocas, numa realidade urbana muito diferente do desvalorizado local dnos anos 60 tomado por favelas.
Junto ao mar temos um Leblon ainda dominado por prédios baixos e casas, situação que mudaria radicalmente 20 anos à frente.
À direita do casal vemos a Gávea, serpenteando morro a cima, morro este longe do crescimento desordenado da Rocinha, que a fez nos anos 80 dobrar a vertente e pressionar o que era um dos bairros mais aprazíveis da nossa cidade.
A imagem também mostra em desque o predio serpentina do Parque Proletário da Gávea, o único construído do que seria um interesante conjunto habitacional popular projetado por Reidy.
Agradecemos ao amigo Carlos Ponce de Leon de Paiva o envio dessa imagem