Continuando nossa micro série sobre os navios da empresa Moore McCormack vemos o SS Brasil chegando ao Terminal de Passageiros do Touring na Praça Mauá em sua viajem inaugural. Construído no intuito de substituir o SS Brazil de 1928, junto com outros de sua família, ele certamente representava o que a M. McCormack esperava de uma nova geração de navios de cruzeiro, embora já podíamos ver o declínio desse tipo de viagem, o SS Uruguay já tinha sido desativado em 1954 sem substituto.
Construído a partir de 1955 junto com o seu irmão o SS Argentina, eles representavam o estado da arte em transatlânticos e em muito diferiam dos seus antecessores, com mais espaços para recreação, piscina e amplos salões envidraçados. A escrita brasileira para Brasil segundo consta foi um pedido o governo brasileiro e que foi atendido pela companhia.
Em 1958 os dois navios foram postos ao mar, tendo o SS Brasil entrado em serviço primeiro e poucos dias depois o SS Argentina, saindo do serviço comercial pela M. McCormack as duas naves de 1928, tendo permanecido os dois em serviço e rebatizados em cruzeiros pelo Mediterrâneo até serem desmanchados como sucata em 1964.
Os novos navios apesar de serem saudados como o de mais moderno, entraram em serviço numa época ingrata, o avião ficava cada vez mais viável e o advento dos aviões pressurizados e depois o início da era do jato puseram uma pá de cal na “good neighbor fleet”, rapidamente, 11 anos depois de tirada essa foto a linha era desativada devido ao grandes buracos orçamentários e a devorada de subsídios do Tio Sam.
Após a desativação da linha, tanto o SS Brasil como o SS Argentina foram vendidos para uma empresa Holandesa e rebatizados, tendo passado as duas naves por inúmeros proprietários e com diversos nomes nas décadas de 80 e 90 sendo por fim destruídos em Alang depois de serem encalhados na praia cemitério de navios, o SS Brasil teve seu encalhe em Dezembro de 2004.
Voltando a 1958, a chegada do novo navio foi recebida com festa no porto do Rio, como podemos ver pelos rebocadores jogando leques d’água e o SS Brasil todo embandeirado; na noite do dia 22 de Setembro, o navio serviu um banquete ao presidente JK, membros do ministério, deputados, senadores e políticos além de personalidades importantes.
Na foto podemos observar uma cidade que ainda mantinha seu contato com o mar, vemos nessa imagem com o centro já bem verticalizado como é danosa a presença do Viaduto da Perimetral, notadamente no litoral do Morro de São Bento e Arsenal de Marinha.
Na Esplanada do Castelo o edifício Estácio de Sá já faz parte da paisagem, bem como o prédio do MEC ainda se destacava dada a ausência de vários prédios altos que existem em várias ruas estreitas do Centro como a Ouvidor e Quitanda.
Agradecemos ao amigo Carlos Ponce de Leon Paiva o envio dessa imagem.