No dia 4 de Setembro do ano passado, foi feito um post que além de mostrar a elegância da orla do Flamengo nos anos 30, mostrava também o Clube Germânia em sua segunda sede.
No post anterior contávamos um pouco da história do clube, que após a Reunião dos Chanceleres, quando o Brasil rompeu ligações com o Eixo e iniciou-se o torpedeamento de seus navios, fechou e permanecia assim quando da entrada do Brasil na II Guerra.
Mas o clube com a fama de abrigar reuniões e escaramuças dos membros da Quinta Coluna, como de fato deveria acontecer, pois a espionagem alemã usava de elementos em todos os escalões e estratos sociaias, inclusive brasileiros natos, não escapou da invasão e depredação dos estabelecimentos alemães em Julho de 1942.
Quando de fato da entrada do Brasil Na Guerra, o clube foi confiscado, junto a outros ativos alemães, italianos e japoneses, tendo então repassado para a UNE, que dele fez sua sede.
Os estudantes modificaram sua fachada com a adição de puxadinhos no andar superior, bem como o fim do amplo terreno lateral, tendo sido o prédio já privado de muitos dos elementos de luxo do pré-guerra, invadido e incendiado no dia 1 de Abril de 1964, durante o Golpe Militar.
Com a UNE na clandestinidade o prédio foi ao chão curiosamente na “Abertura” em 1980, estando até hoje o terreno baldio.
Nas foto vemos o prédio tal qual ele foi concebido em 1929, chamando a atenção no último andar o belo pergulato com varanda e terraço, com vista para o Pão de Açúcar e Corcovado e que também abrigava um bar.
Comments (15)
claude_photos disse em 21/01/08 06:13 …
Realmente eu não entendo porque não se constroi algo naquele terreno.
rodrigonetto disse em 21/01/08 07:06 …
O terreno foi devolvido à UNE que está à espera que alguém construa sua nova sede no lugar. Enquanto isso a entrada foi adornada com uma bandeira de Cuba…
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
pe4 disse em 21/01/08 07:17 …
genial teu flog.
não imaginava que existissem pessoas como vc aqui. parabéns pelo trabalho de arqueologia urbana informal e popular( pois aqui todo mundo pode ver).
abs Pedro Stephan-pe4-
triunfodapintura disse em 21/01/08 08:04 …
Muito bom registro. Pena que agora só resta um terreno baldio enorme e mal aproveitado.
tumminelli disse em 21/01/08 08:14 …
Eu tenho em algum lugar foto do interior desse clube com algum festejo. Se eu achar posto amanhã.
:-))
derani disse em 21/01/08 11:03 …
Lá na pérgula do terraço devia ser uma cervejaria daquelas !
Bem alemã…
famadas disse em 21/01/08 11:32 …
Existe um projeto do Niemeyer para o novo prédio da UNE. O que faltam é verbas.
flaviom disse em 21/01/08 12:45 …
A UNE parece que tem o dedo de Midas invertido. O prédio da UEG/UERJ na Rua do Catete, onde se desenvolveu a melhor faculdade de Direito do Rio de Janeiro, virou uma ruína em poucos anos, nas mãos da UNE.
Não sei se eles têm participação, também, na degradação da Casa do Estudante Universitário (Hotel Sete de Setembro), na Rui Barbosa.
É claro que os governos do “regime de exceção” tinham interesse em dificultar a vida da UNE. Mas isto deveria ter acabado há muito tempo. Talvez a bandeira de Cuba explique bem as razões. É uma organização extemporânea, perdida em suas prioridades. Em todo o Brasil, as entidades “estudantis”, quando não são absolutamente politizadas, estão envolvidas até o pescoço em desvio de verbas ligadas às carteiras de estudantes.
É uma pena. Os estudantes brasileiros sempre foram importantes no cenário político. Agora, olhando, para Cuba ou para o bolso, não enxergam um palmo adiante do nariz. E votam, desde os 16 anos!
flaviom disse em 21/01/08 12:53 …
Voltando ao foco, que é o prédio.
O nome oficial da entidade é Sociedade Germania (hoje no Alto Gávea).
O site deles tem uma excelente seção com a história do clube, incluindo fotos maravilhosas do interior deste prédio. Vale a pena um passeio por lá. Recomendo MESMO! http://www.sociedadegermania.com.br/fotos/fla_1900.htm
Estive dentro dele, na época da UNE, assistindo peças de teatro. Cheguei a pensar que tinha sido uma igreja, incendiada ou abandonada por alguma razão. Lembrava cenas do filme África Adeus (documentário de propaganda contra a “comunização” da África, que mostrava os revoltosos vitoriosos queimando os lambris nas lareiras dos ingleses.)
A Sede da Germania em Botafogo também era maravilhosa. Ocupava quase toda a área do atual prédio de Furnas, e também está bem documentada no site. Estive lá, em festas de 15 anos (anos 60).
andredecourt disse em 21/01/08 13:06 …
Pois é Flávio, meu cunhado joga Hockey na Grama no Germânia, e conheço razoavelmente o clube
As fotos do site, tenho todas aqui e agora estou atrás de fotos do interior do prédio pós UNE, imaginava o que vc disse, um prédio já meio arruinado e destruído pela invasão de 1942
andredecourt disse em 21/01/08 13:07 …
Quanto os “companheiros” da UNE, hoje eles representam a esquerda da direita, com suas idéias e ideais parados no tempo !
jaymelac disse em 21/01/08 14:28 …
Esse terreno baldio, não sei porquê, me lembra Cartago…
:-[
A Sociedade Germânia foi fundada no Brasil antes mesmo da existência da Alemanha como Estado…
:))
A perseguição aos germânicos no Brazil também me faz lembrar um grande filme nacional recente: “Cinema, Aspirina e Urubús”. Pra quem não viu, vale pegar um CD…
jaymelac disse em 21/01/08 14:30 …
André e galera: aí emcima, onde tem um certo “z”, é um “s”…
luiz_o disse em 21/01/08 15:38 …
Ô Andre, vê se o seu “site” fica pronto logo. Tive que vir aqui várias vezes até conseguir escrever algo. O Fotolog estava sempre “ocupado”!!!
É triste se ver a situação atual tanto do prédio quanto da classe estudantil.
Como se pôde chegar a este ponto?
jban disse em 21/01/08 16:56 …
A classe estudantil oscila entre a alienação total e o patrulhamento idiota. Onde anda a “inteligência” do país ??
Caro André,
Estou fazendo um trabalho para a Sociedade Germania e estou interessada em imagens sobre as várias sedes do clube. Haveria a possibilidade de eu ter acesso, tanto à fotografia que foi publicada no seu post, quanto a outras imagens que talvez vc tenha em seu arquivo particular?
Aproveito a oportunidade para parabeniza-lo por esta iniciativa de manter viva a memória do Rio!
Aguardo seu retorno.
Com um abraço,
Angela