Nossa imagem tirada do rés do chão mostra uma Barra da Tijuca agreste e vazia no final dos anos 50.
Apesar de parte do bairro já estar ocupada e sendo loteada desde os anos 30/40, como a Barrinha, o resto da Barra, principalmente a área de restinga entre o mar e as lagoas era um descampado, acessado por poucas vias de terra, onde apenas os pescadores, aventureiros e enamorados iam.
A primeira ponte ligando a Barrinha a restinga foi executada no início dos anos 50, principiando o loteamento do Tijucamar e posteriormente do Jardim Oceânico que tiveram nas primeiras décadas uma incipiente ocupação, com poucas casas, muitas de veraneio e poucas dos pioneiros residentes.
Só a partir dos anos 70 com a inauguração de parte da Auto-Estrada Lagoa-Barra que inciou-se a ocupação destes loteamentos, havendo um boon construtivo só na década de 80. O resto do bairro apesar de grandes condomínios esparços só começou a ser intensamente ocupado no final dos anos 80 início dos 90, quando a grande planície, cheia de dunas começou a ser ocupada, de forma mais rápida que a infra-estrutura pudesse ser implantada.
Hoje a Barra é um bairro que aguarda um colapso pelo excesso da especulação imobiliária, talvez de proporções que suplantem em muito o esgotamento urbano de Copacabana no meio dos anos 60.
Comments (8)
Seria melhor ter ficado assim.
o q fizeram com a natureza na Barra foi um grande crime ambiental…estragaram tudo…
que maximo!!!
Finalmente, vemos uma fotografia ” au rèz de chaussé” !
O futuro da Barra é literalmente parar, por excesso de automóveis.
Vai ser o primeiro e talvez único bairro do Rio à adotar o rodízio paulista.
A segunda ponte do canal foi construída por volta de 1970, quando a praia de Copacabana estava em obras e muita gente ia pra Barra, congestionando os acessos.
Por acaso tens a data de entrega do primeiro trecho da Rio-Santos (Américas). ?
Imagino que tenha sido em 1969, ou quem sabe em 1968.
colapso iminente??? dá para piorar???
fiquei sem entender, especificamente, a razão da previsão catastrófica. é claro que a barra tem TUDO para dar errado mas, sinceramente, de todas as condições, o trânsito parece ser das menos preocupantes. a velocidade média deve ser o dobro ou mais de jardim botânico, lagoa, botafogo, tijuca e ruas como a rio branco, 1o de março e pres vargas, apesar da boa circulação de coletivos e subterrâneos nesses lugares. a mesma coisa com o número de vagas.
quanto à arquitetura, tá certo que a da barra é bizarra mas a das zonas norte e sul, por sua vez, é muito sufocante. os prédios não têm recuo e são todos colados uns nos outros, o que bloqueia o vento e prende a poluição. quer dizer, na barra é feio mas, pelo menos, venta e bate sol fora da orla.
muito mais problemático para a barra, a meu ver, é a falta de pedestres e de uma boa alternativa ao automóvel, assim como a “ecologia” da lagoa de marapendi, os condomínios fechados, o preço da cerveja e outras coisas. mas essas são coisas que estão lá há muito tempo.
então, o que, de fato, causará o colapso?
Colapso urbano, não só do transito, mas sim das condições ambientais, espaciais, de qualidade de vida humana, social etc……
Infelizmente o que era para ter se aprendido com os outros bairros da cidade foi esquecido com a Barra, que caminha a passos largos para uma enexorável saturação.
Não há meio de transporte de massa, não é possível fazer as coisas básicas sem gerar poluição ou sobrecarregar o sistema viário, que chegará uma hora que não poderá ser mais alargado/expandido.’É assustador num dia útil ver um engarrafamento no meio do Recreio sentido Grota Funda na hora do rush vespertino !!!!
O bairro cresce mais que o sistema de esgotos pode atender, e os filéts em termos de terrenos já foi exaurido, se constrói agora em turfa instável, como na “Gleba E” hoje pomposamente chamada de peninsula. Acredito que nos próximos anos a oferta de leitos hospitalares e cadeiras escolares públicos ficará insustentável.
O Lorenço Jorge já está com problemas, e em breve serão necessárias escolas públicas na região, mais que as doadas quando da construção de vários condomínios nos anos 70 e 80.
Há muito espaço, mas se esse espaço não for bem aproveitado não adiantará nada.
Magnifica a foto!
Uma leitura que recomendo que fala da Jacarepagua, já que é área vizinha da Barra, é Sertão Carioca. Uma magnifica visão da área na decada de 30.
:-))