Na nossa foto de hoje vemos a Av. Central na esquina da Rua do Ouvidor.
Ao contrário do outro lado da esquina, onde tínhamos os portentosos prédios do Jornal do Commercio, Associação Comercial e Cia Equitativa, e do mesmo lado apenas dois prédios mais à esquerda ainda tínhamos o gigantesco prédio do Jornal do Brasil. Por isso era um pedaço pouco fotografado, ou se por acaso aparecessem numa imagem esses pequenos prédios eram eclipsados pelos seus vizinhos.
Mas os dois prédios que mostramos aqui refletem bem o tipo de ocupação incial da avenida.
O prédio mais à esquerda de número 104, era de propriedade da loja Ao Bastidor de Bordar, um armarinho aparentemente muito sofisticado, pois possuia sede própria em nome de seus sócios e em prédio construído exclusivamente para esse fim, de autoria do arquiteto Rafael Rebecchi. Possuia vitrôs e baixos relevos na fachada que remetiam ao negócio, inclusive no coroamento.
A loja teve seu imóvel próprio na Rua do Ouvidor 87 demolido para a construção da Avenida, e pouco depois de encerradas as obras de abertura construiu a nova sede, que vemos na foto.
Já o prédio na esquina, com pequena torreta, de número 102, era um prédio de aluguel, pertencendo a um casal, mas nos primeiros anos da avenida em suas lojas funcionou a David & Cia, que comercializava papéis pintados, ou seja, papéis personalizados. Possivelmente papéis de carta ou decorativos.
Não sabemos se tais negócios duraram até a década de 30, principalmente o armarinho em endereço tão nobre, sabemos que no final dos anos 40 início dos 50 os dois prédios tombaram para a construção de edifícios comerciais.
Comments (5)
André,
Voce por acaso saberia qual o critério usado para preferencia de vendas dos terrenos da nova Avenida?
Normalmente deveriam ser muito disputados e com valores altíssimos, o que causa estranheza serem comprados por um casal e um armarinho…
Teria algum pistolão na jogada ?
Muitos dos terrenos ficaram com proprietários das construções demolidas por onde passou a avenida.
Alguns permaneceram lá, e tocaram seus negócios, outros com a valorização especularam logo que a urbanização acabou e repassaram seus lotes ou construções ainda sendo executadas.
O livro “Avenida Central” é obrigatório na biblioteca de todos os que gostam do Rio de antigamente.
De volta para o Centro.