Favela da Macedo Sobrinho

andredecourt's photo from 8/15/07

Favela Macedo Sobrinho, anos 60

Nossa foto de hoje mostra uma das partes da Favela Macedo Sobrinho no Humaitá, mais precisamente a parte baixa, edificada por de cima das ruínas do Forte da Piaçaba.
A favela ao contrário que muitos pensam tinha considerável tamanho, ocupando uma boa parte da encosta do Morro da Saudade.
A parte alta ficava em volta das propriedades do topo da Rua Macedo Sobrinho e abria em três alas, uma em direção à Rua Pinheiro Guimarães até mais ou menos o Largo do IBAM e outra que descia rumo a Rua Humaitá tendo seu ponto mais alto quase na Rua Casuarina.
Informações do surgimento dessa favela são esparsas, mas ela tem origem bem mais recente que suas antigas vizinhas a da Catacumba e a Villa Rica/ Tabajaras, essa já noticiada em 1910.
Certamente ela surgiu em terrenos devolutos do Governo Federal, pois em tempos idos essa região de encosta no Morro da Saudade era área militar, em virtude de no Séc XVIII ter havido ali uma das fortificações de defesa da cidade.
No final da década de 60, a Favela da Macedo Sobrinho foi removida, junto com outras favelas que ficavam no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, quando curiosamente depois da derrubada dos barracos, as ruínas do velho Forte da Piaçava surgiram novamente, para relembrar o passado bélico da região.
Nos anos 80, as ruínas do forte foram destruídas para a construção de um CIEP, mesmo com protestos de alguns historiadores, mas o Socialismo Moreno queria colocar sua logomarca de qualquer maneira em lugares de grande fluxo de automóveis.
A área antes ocupada pela favela foi no final dos anos 80 transformada numa área de preservação, o Parque Municipal do Morro da Saudade, infelizmente pouco conhecido e sempre fechado. E hoje ameaçado pela expanção da Favela da Mangueira, um dos apêndices da Favela do Morro dos Cabritos/Villa Rica/Tabajaras que avança por de cima da Rua Pinheiro Guimarães graças a inércia das autoridades.
Nosso fotógrafo se encontrava no canteiro central da Rua Humaitá, bem na agulha de acesso à Rua Visconde Silva, o posto de gasolina existe até hoje e é um dos maiores da região e ponto de parada na madrugada graças ao seu pequeno mini-mercado, embora hoje tenha banderia BR distribuidora e na época de nossa foto aparentemente era Atlantic.
Saiba mais sobre o Forte da Piaçaba, aqui nesse link: http://www.rioquepassou.com.br/2005/08/17/

Comments (15)

brites 8/15/07 10:47 AM …
Caramba! Não se tem noção desta cidade marginal q desapareceu! Olha só o q há hoje em seu lugar!
Se tivesse permanecido, hoje provavelmente se espraiaria pelo morro inteirinho!
Será q ninguém nunca vai se interessar em impedir a expansão das favelas do Rio? Será q ainda não deu pra ver a perda q existe nesta ocupação marginal?
*s Bom dia!
bacione 8/15/07 11:30 AM …
Dá vontade de chorar…………..pensar que tantas foram removidas e agora……tá complicadíssimo!! bjs .Gostei da foto
Pia
derani 8/15/07 11:32 AM …
Depois da última invasão francesa que pilharam completamente a cidade, não me recoro se de Trouein ou Duclerc, cercaram a cidade de fortes, pois justamente por detrás que os franceses chegaram.
Desembarcaram em Guaratiba e foram até o centro à pé, pela parte então desprotegida da cidade.
luiz_o 8/15/07 12:51 PM …
Foto sensacional.
Lembro-me bem desta favela, removida na época da remoção da Praia do Pinto, do Pasmado, da Catacumba.
triunfodapintura 8/15/07 2:08 PM …
Ótima foto, um pedaço do Rio que eu não tinha notícia.
rockrj 8/15/07 3:57 PM …
Histórico! Não me lembro desta favela, talvez por não andar por estas bandas na época.
jban 8/15/07 4:24 PM …
O Rock morava no Corte do Cantagalo e não conhecia o Humaitá ? Esquisito.
Essa favela era uma chaga na região. Foi tarde.
Nunca fui com a cara do Lacerda, mas o cara tinha “cojones”.
jaymelac 8/15/07 5:58 PM …
Esta favela e a da Catacumba ficavam no meu caminho diário do colégio, no Catete, para a Lagoa, onde morava e moro novamente. Lembro bem dela, agora, vendo sua excelente foto…
tumminelli 8/15/07 10:50 PM …
Em comparação com as atuais isso ai é uma vila!
:-))
fluminense2006 8/16/07 4:09 AM …
Infelizmente, daqui a alguns anos ela estará de volta. É só uma questão de tempo.
natureco 8/16/07 7:21 AM …
Muito interessante. Não existe nenhuma foto ou gravura do forte que existia aí??
Abçs.
Luiz.
andredecourt 8/16/07 2:59 PM …
A única foto que conheço é das ruínas do forte, do Ferrez, que está no link a cima !
sorio 8/18/07 8:24 AM …
Ótimo registro, só agora parei para ler. Antes tarde do que à tarde, …
André Costa
rouen_photos 9/28/07 6:02 PM …
Pegue carona no meu helicoptero em http://fotolog.terra.com.br/bfg1:409

7 comentários em “Favela da Macedo Sobrinho”

  1. Olá André!
    Em continuidade: Vejo que vc possui um acervo que até então vínhamos buscando em outras fontes. Todas são do seu acervo? Como podemos obter a mesma autorização de outra fotos antigas? Vc tem autonomia para liberá-las? Mais especificamente: as das “favelas”.
    Abraço!

  2. nasci nesta favela no ano de 1959 ,quando a favela foi removida tinha entre 10 e 11 anos , lembro que de minha porta avistava ,baia de guanabara ,pão de açúcar ,cristo redentor ,
    hoje moro em campo grande ,na época os moradores foram divididos entre av. suburbana ,
    cidade de deus e nova holanda ,para foi minha família ,vendo essa foto faço uma longa viagem no tempo .

    1. NASCI NESTA FAVELA EM 16/01/1958, SAI DE LA COM 06 ANOS, MINHA SE MUDOU POR CAUSA DE UMA DAS ENCHENTES E O BARRACO ONDE MORÁVAMOS CAIU. MAS ATE A RETIRADA DE TODOS DE LÁ, FOMOS LÁ MUITAS VEZES.

  3. Meus pais e meus avós vieram da Favela Macêdo Sobrinho. Na época foram todos removidos de lá e os levaram onde hoje é a Cidade de Deus. Minha vó Dona Madalena, tinha uma pensão no Macedo Sobrinho e meu pai e padrinho tinham a diversão de quase todos os dias nadarem já Lagoa limpa.

  4. O problema de remoções de favelas é que não se oferecem estruturas de emprego e transporte como a comunidade removida tinha no local de origem. É bem cruel retirar a família de sue casa, próxima a condução farta, emprego, lazer e outras facilidades, e jogá-la num fim de mundo onde nada existe. Este é um dos motivos pelos quais as favelas seguem crescendo.

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