Leme, ressaca de 63

Desde que a avenida foi concluída sobre a faixa de areia e vegetação da praia, ainda em 1910, que ela vem sofrendo com o ataque do mar. Foi duplicada uma primeira vez, foi ganhando ao longo dos anos arrocamentos, muros reforçados e até quebra-mares enterrados na areia, mas o mar sempre avançou para o seu lugar de origem nas ressacas, os terrenos das casas e posteriormente prédios da Atlântica, onde ela deveria ter sido construída.
A ressaca de 63 foi uma das mais violentas da história do bairro, a Atlântica só não foi varrida do mapa, pois ao longo dos anos ela foi muito reforçada, mas os estragos foram de grande monta.
Em muitos lugares as águas do mar chegaram até a Rua Barata Ribeiro, o tráfego de bondes na Av. Copacabana ficou interrompido, carros foram enterrados pela areia em garagens e até mesmo nas ruas, apartamentos térreos foram invadidos por ondas, e até vidraças na altura do segundo andar de alguns prédios foram quebradas por detritos jogados pelas ondas. O mar invadiu o Copacabana Palace enchendo de areia a pérgula e a piscina, árvores na areia foram derrubadas, o sistema de telefones entrou em colapso em várias ruas, houveram breves apagões e a limpeza do bairro durou vários dias.
Hoje o mar se encontra afastado quase uma centena de metros da sua antiga arrebentação, mas sabemos que toda essa distância é apenas uma ilusão, pois para o mar retormar o que lhe foi retirado será relativamente fácil.
A foto, da Agência Globo mostra um trecho do Leme, perto da Rua Anchieta extremamente danificado, inclusive as defensas enterradas, que aparentam terem sofridos muitos danos.