Nossa foto de hoje mostra um cenário que não existe mais desde os anos 40, que é a estreita Rua 13 de Maio, guardando muito do traçado da velha Rua da Guarda Velha, e o prédio da Imprensa Nacional.
A foto apesar de não nos dar uma data precisa, principalmente pela sua falta de qualidade, onde nem podemos ver direito as roupas dos passantes, aparenta ser da segunda metade dos anos 10, até a segunda dos anos 20.
A prova da época certa é um poste de iluminação pública, visto precariamente junto ao início da fachada do prédio da imprensa, com uma luminária elevada e aparentemente de arco voltaico. Sabemos por farta iconografia que já na Adm. Alaor Prata, encerrada em 1926 a rua 13 de Maio já contava com luminárias baixas com lâmpadas de tungstênio.
Outro detalhe que nos chama a atenção é que mesmo com a precária resolução da foto é que aparentemente já chegando o Largo da Carioca, as construções ao lado da Imprensa, que eram a estação de bondes para Santa Teresa, em estrutura metálica e o velho Chafariz da Carioca, não mais existem, coincidindo com a Adm. Alaor Prata, que os demoliu.
Os trilhos do bonde, ainda seguindo reto são um indicativo que o prédio do Theatro Lyrico ainda estava lá, o fato dele não aparecer na foto, e aparentemente haver uma esquina logo após o prédio da Imprensa é que o prédio do velho teatro possuía o alinhamento diverso da 13 de Maio, como pode ser comprovada nesta foto aérea http://www.rioquepassou.com.br/2006/11/10/ .
Nos anos 40, na administração Dodsworth, o Largo da Carioca foi ampliado, para isso sendo demolido o único prédio junto as fraldas do Morro de Santo Antônio restante, que era a Imprensa Nacional, que se mudou para a Praça Mauá, onde hoje está a Polícia Federal.
Dadas as violentas modificações que o Largo sofreu no século XX, para se ter uma vista semelhante a essa, deve-se postar perto dos respiradores do Metrô, quase na esquina da junção das Av. Almirante Barroso com a Chile perto do prédio da CEF e olhar para o Mosteiro de Santo Antônio.
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Meu avô foi linotipista-chefe neste prédio. Meu pai, para levantar algum dinheiro, também estagiou aí quando era estudante. Seu contrato especificava que tinha que fazer tantas linhas por dia. Assim, quanto mais rápido trabalhava, mais cedo saía. Mais tarde, já formado, chefiou o Serviço Médico da Imprensa Nacional lá no prédio da Praça Mauá. Acho que foi lá que foi colega de alguém da família de seu “tio” Paulo.
Esse prédio era muito bonito, uma pena ter sido demolido.
Hoje o Largo da Carioca é um deserto urbano.