Nessa época o bairro começava a se integrar melhor no tecido da cidade, há dois anos atrás a ponte que liga a Rua Visconde de Pirajá à Av. Ataulfo de Paiva foi concluída, facilitando a conexão com o bonde que vinha pelos outros bairros oceânicos e dando outra opção de caminho aos moradores do bairro, que antes tinham a Gávea como porta de entrada do bairro.
A ocupação expontânea nos mostra isso, o bairro era muito mais ocupado pelo que hoje é considerado o seu “fundo” que na sua entrada. O miolo que engloba a Praça Antero de Quintal e o fim da Rua Bartolomeu Mitre estava praticamente vazio, com quarteirões inteiros desocupados. Podemos ver o constraste de ocupação entre Ipanema e o Leblon no extremo direito da foto, onde vemos Ipanema já muito ocupada, e logo após o canal um Leblon vazio.
O Jardim de Alah começava a ser construído, estreitando o canal da Lagoa, como parte do processo de salinização de suas águas, outros canais e comportas como o da Gal. Garzon e seu desvio para dentro do Jockey Club e o da Rua Visconde de Albuquerque já estavam prontos, desviando a água doce de pequenas bacias da região diretamente para o mar. Seu primeiro trecho já estava pronto, mas aparentemente não urbanizado, a segunda parte só o seria alguns anos à frente, junto com a urbanização total da área pelo urbanista Azevedo Lima.
As Ilhas das Dragas e do Guarda ainda estavam sem favelas, mas a foto nos mostra com clareza as duas grandes favelas do bairro a da Memória, localizada onde hoje temos o 23 Batalhão de Polícia Militar, removida poucos anos depois desta foto pelo Governo Vargas para instalação de uma unidade do Exército, a da Praia do Pinto, que nessa época já ocupava uma área muito próxima a ocupada quando da sua remoção nos anos 70, embora com uma densidade muito menor.
A foto também nos mostra as Ilhas Caiçaras e Piraquê, muito menores que hoje, e ao fundo grandes trechos do Bairro do Jardim Botânico, recém conquistados da Lagoa ainda completamente vazios.
Por motivo de viagem ficaremos sem atualização até a segunda metade da semana que vem, abraços.
Comments (15)
Linda foto André. Faça uma Boa Viagem .
Fascinante essa viagem pelo Leblon, uma das últimas fronteiras de resistência da cidade.
Quem advinharia que esse deserto iria se valorizar tanto, e numa contradição.. nesta época com favelas e hoje sem nenhuma.
Boas férias Decourt!
Andre, está aí um exelente exemplo de reurbanização,não fosse os interesses maiores,hoje teriamos sem dúvida o favelão do Leblon, com propaganda internacional da miséria brasileira. Boa viagem e volte logo para nos enriquecer de Rio de Janeiro.
Bem legal a foto!
A região onde moro, perto da Rua Maria Angélica também já tinha muitas construções.
Gosto mesmo é do traçado simples das ruas. paralelas e perpendiculares. Fácil de andar e localizar um endereço.
🙂
E já havia favelas em 1938… não adianta, isso está no sangue do nosso povo.
E antes das favelas, havia quilombos…
André. Boa viagem e boa comemoração (rsrsrs)!!!
E o estádio do Flamengo estava recém-inaugurado.
PS: pensei que não haveria “post” hoje devido à “concentração”.
Boa viagem!
http://fotolog.terra.com.br/luizd
Respondendo ao FlavioM… mesmo que haja ligação entre quilombos e favelas, temos que lembrar que os quilombos eram (e são) como aldeias indígenas, comunidades rurais integradas ao meio ambiente, enquanto favelas são o ápice da degradação urbana.
panda dá uma passada no meu fotolog..
Thanks.