Mês: maio 2007

Nesse velho postal podemos ter uma idéia de como era Copacabana nos seus tempos de arrabalde, local procurado somente por romeiros, doentes em busca da cura pelo sol, mar e ar puro, pescadores e aventureiros.
Vemos o trecho da Igrejinha, um dos mais ocupados do bairro por causa da Igrejinha de Nossa Senhora de Copacabana, nesse local além das casas dos pescadores, que se espalhavam pelo bairro, as vezes de forma esporádica, foram construídos ao longo do séc XIX vários estabelecimentos como restaurantes, pensões e estalagens que serviam os devotos da santa. A presença de hotéis e estalagens era um claro indício do tempo gasto na viagem, da cidade ao fim do arrabalde e do último trecho habitado das praias oceânicas da cidade.
Em 1892, o Bairro de Copacabana era “oficialmente inaugurado” com a abertura do Túnel Velho, construído para a passagem dos carris da Botanical Garden, resolvendo de vez os acessos do bairro, antes precários, pelo menos para quem ia de bonde, pois o túnel era exclusivo dos veículos da Cia. Jardim Botânico.
Somente dois anos depois de construída a primeira estação no bairro, os carris chegam à Igrejinha, resolvendo em muito o problema de acesso ao pequeno templo e começando a mudar a fisionomia da região, que passou a ser também ponto de recreio e piq-nic’s principalmente na época da nossa foto, quando a rede de bondes havia sido eletrificada até a Praça Floriano em Villa Ypanema.
Com a expansão dos bondes pelo bairro e a sua eletrificação a partir de 1901, e as posteriores abertura do Túnel Novo em 1906 e a troca das bitolas dos carros por volta de 1912 a fisionomia do bairro mudou radicalmente, entre 1906 e 1910 o aumento de famílias que construíam suas casas de veraneio no bairro aumentava de forma notável, e com as obras de urbanização propelidas pela administração de Serzedelo Correia essas casas passaram a ser residências, com os chefes de família indo trabalhar no Centro e as crianças indo estudar nos bons colégios de Botafogo e Catete, muitos de bondes e poucos já de automóvel, que em 1912 já fazia mais de 10 vítimas fatais, só no bairro.