Nesse postal de autoria de Bippus vemos a fúria do mar em plena Enseada da Glória em 1921, numa das grandes ressacas do interior da baia.
O mar destruiu as amuradas, tombou os postes de ferro fundido e lançou as pedras do arrocamento longe, danificando veículos que passavam na pista mais interna.
Ao fundo vemos o Hotel Glória com a estrutura praticamente pronta, cercado de andaimes, a Igreja do Outeiro da Glória e a chaminé da elevatória da City.
Essa mesma ressaca produziu danos severos em outros pontos da orla da baia e do litoral oceânico da cidade, como por exemplo em Copacabana onde a recém duplicada Av. Atlântica teve danos de monta, como teria novamente em 1923, e outros menores durante a década de 30, quando finalmente os reforços estruturais e vários quebra mar enterrados na areia foram realmente eficazes para proteger a integridade da avenida, inclusive na grande ressaca de 1963, onde a avenida ficou íntegra enquanto o mar avançava em alguns lugares até a Rua Barata Ribeiro.
Dentro da baia o mar começou a perder força com os vários aterros que foram sendo realizados já a partir de 1922/23 nesse pedaço, do Calabouço até o Russel e na orla do Flamengo com a execução do Aterro do Flamengo nos anos 60.
Foto: Bippus
Acervo: Francisco Patrício
Comments (12)
Hotel Glória com andaimes ? Não dá pra ver não…
Em Niterói, na praia de Icaraí, as ressacas continuam fazendo estragos até hoje.
André, este local é mais ou menos o lugar que você comenta que tinha uma rampa para barcos, no Rio de Fotos? Eu comentei lá que a foto deveria ter sido tirada da Marina, mas depois me toquei que não havia aterro em 1915. Nunca tinha visto uma foto daquele ângulo. Me dá a ilusão de estar muito próximo. Que você acha?
Essa de 1921 não peguei (por pouco…).
Lembro-me de uma no início dos anos 60 neste local, mas não tão violenta.
http://fotolog.terra.com.br/luizd
Não Willians, essa foto é mais ou menos onde hoje é a parte central da Praça Paris, na altura da antiga Praia da Lapa
Então de onde você acha que foi tirada aquela foto? Não tinha nada na frente do Passeio Público em 1915.
Aquela foto foi tirada da curva do Russel, bem antes dos aterros para a Praça Paris, pós 1922
Caramba! Documento histórico!
Obrigado, André.
Dr. D’é tão velho assim ????
A última vez que o mar se vingou, lambeu aquele pier horrendo que o Conde colocou lá no aeroporto….
Quando era criança morava na Rui Barbosa e sem o aterro assistia “de camarote” do balcão de casa a ressaca molhando o pessoal que descia dos ônibus.