Na época deste postal a Ouvidor não era a rua número um da cidade, ela já havia sido suplantada pela a Av. Central, mas de maneira nenhuma poderíamos dizer que ela tinha entrado em decadência.
A Ouvidor junto com a Av. Central e a recém alargada Rua Uruguaiana eram as ruas de mais fino comércio do Centro do Rio.
Nossa foto mostra que a arquitetura da Av. Central já influenciava os velhos casarões coloniais da Ouvidor, apesar de continuarem profundos, muitos com claraboias que davam um pouco de luz aos aposentos sem janelas para o meio exterior, vários, já tinham ganho torretas ecléticas. Normalmente em estrutura metálica, que eram inseridas sobre os telhados originais de telhas canal. Na maioria das vezes essa tentativa de modernizar os velhos prédios vinha acompanhada de uma reforma geral de fachada e ambientes internos abertos à freguesia.
Esse expediente, com mais ou menos intensidade foi usado nas primeiras décadas do séc XX em milhares de imóveis no Centro, e pos isso que muitas vezes ao se reformar um sobradinho eclético com jeito dos anos 10 se dá de cara com um imóvel que na realidade é colonial muitas vezes oriundo do setecentismo.
A foto ainda nos brinda com as torres de 3 igrejas que dominavam o horizonte, à esquerda a Igreja de São Francisco de Paula, à direita as torres e parte do frontão da Igreja do Rosário e no fundo as torres da Igreja do Sacramento.
Possivelmente o nosso fotógrafo estava em um dos últimos pavimentos (possivelmente na cúpula) do prédio do Jornal do Commercio, que ficava na esquina da Ouvidor com Av. Central e era na época um dos mais altos da cidade
Comments (16)
Nosa, que maravlha de foto, que aula simpática.
Vista de uma cidade portuguesa.
Vejo essas fotos antigas e fico imaginando como era o dia-a-dia da cidade. As roupas da época, os costumes…
Com certeza as pessoas eram mais educadas.
Nos dias de hoje não daria para ter esta visão do Centro, devido aos espigões. André, recebí a foto. Valeu!
A foto dá a impressão que tudo era muito colado, ruas estreitas. Me dá uma certa claustrofobia.
Felizmente ainda tem muito edifício baixo por aí…
Boa tarde,André.
Devido a esta “reforma modernizante” dos sobrados de boa parte do centro colonial,quase tudo o que vemos hoje de antigo tem feição eclética.
Geralmente,por cima da estrutura metálica,muitas vezes importada pronta da Europa,eram colocadas telhas de ardósia verdes ou cinzentas.
Coroava o conjunto uma agulha decorativa,por vezes maior do que a cúpula em si.
A igreja de São Francisco,ao fundo, está bem destacada ainda.
Qualquer semelhança com Lisboa, não é mera coincidência:
http://www.youtube.com/watch?v=NKop7JkXt3o
Ora pois pois…
Sempre me impressiona o número de igrejas no Centro.
http://fotolog.terra.com.br/luizd
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto nos posts de :254 a :256 em setembro de 2006.
Quanto a “não ter a vista”, discordo, é só subir em algum dos prédios do lado par da Rio Branco, nos fundos.