Carnaval de 1911
Malta documenta um instantâneo do Corso na Av. Rio Branco no ano de 1911 e como não deixaria de ser a foto é ótima.
No carro, fantástico, temos personagens muito interessantes, como o co-piloto de óculos escuros no melhor estilo “Dick Vigarista”, bem como o chauffeur de roupa toda branca, quepe e óculos de aviação. Atrás sinistros mascarados vestidos de preto encaram o fotógrafo.
Na tabacaria ao fundo além de postais, revistas e artigos de fumo, uma plaquinha indica que ali se pode comprar o produto recém chegado ao Brasil, o famoso Rodo, que fez o carnaval de muitos nos próximos 50 anos ficar digamos, bem mais “turbinado”.
O flash do fotógrafo é tão forte que ofusca a iluminação da avenida, nessa época ainda feita por combustores à gás, luzes elétricas só nos postes do canteiro central.
Há também passantes, que certamente foram flanar vendo as modas carnavalescas na avenida, mas no fundo, nas calçadas alguns tem cara que passaram tempo demais no Café Simpatia, no Bar Adolf ou então no Brahma na Galeria Cruzeiro.
A foto é tão interessante que postei dois detalhes que podem ser vistos indo para os post’s anteriores.
Comments (13)
Adorei, adorei como sempre, minha mãe fala muitos destes carros no carnaval e meu avô usava chapéu igual ao da foto, alguns anos mais tarde!
Parabéns, adoro seu fotolog, apesar de não saber como seus amigos sabem das coisas.
Heloisa.
Antes de ver já tinha certeza que os detalhes seriam o lança-perfume e o poste.
Gosto é gosto!!!
http://fotolog.terra.com.br/luizd
Muito boa e não podia faltar um poste daqueles supimpas!
Essas fotos de carnaval eram engraçadas, existe um série sobre corso etc em:
http://www.samba-choro.com.br/fotos/porexposicao/verfotos?chave_id=6
vale dar espiada quem ainda não viu.
Tudo combina…
Dr. Decourt, olha só o que o mestre Manoel Bandeira escreveu:
“Carnaval no Rio houve, mas foi no tempo que ainda existia a Rua do Ouvidor.
A abertura da Avenida Rio Branco foi o primeiro golpe sério no carnaval. A festa diluiu-se, perdeu o calor que lhe vinha do aperto. Mas durante alguns anos houve o corso que era realmente lindo com o seu espetáculo de serpentinas multicores.
Os automóveis fechados vieram a acabar com ele. Junte-se a isso a comercialização das músicas, a intromissão do elemento oficial premiando uma coisa cujo maior sabor estava em sua gratuidade.
Vale a pena lamentar? Acho que não. A vida é renovação. Quem não estiver contente com o presente, viva, como eu, das saudades do passado.”
O poeta era supimpa.
Acho que as fotos de hoje foram somente o pretexto para o André mostrar os postes… Que aliás eram fantásticos.
Hoje, se o povo quizer ver o desfile, só consegue lugar de frente pro valão do mangue.