Sábado dia 20, o Aeroporto do Galeão, hoje Tom Jobim comemorou 30 anos da entrega das obras do terminal número 1 e início das operações.
Mas tal data, importante para cidade, pois em consequência do aeroporto dezenas de obras de infra-estrutura viária foram construídas desde os anos 60, passou praticamente em branco exceto por um anúncio publicado no jornal O Globo pelo Café Palheta que tem duas lanchonetes no Terminal Um.
Nada de anúncios das cias aéreas e muito menos da Infraero, que certamente está muito ocupada fazendo telemarketing para os usuários no meio da crise da aviação, ou então ampliando o aeroporto Santos Dumont ao arrepio do projeto de expanção original dos Irmãos Roberto, certamente se esforçando para transmutar um dos eroportos mais bonitos do mundo em alguma aberração.
Por coincidência estive na manhã do dia do aniversário do terminal no próprio. Já tendo lido o anúncio e enquanto aguardava o desembarque de quem esperava, de um vôo internacional, resolvi observar as instalações com mais cuidado.
A parte que tive acesso, a liberada para todos, mostrou muito do estado de conservação e decadência do terminal, elevadores desativados, outros quebrados, escadas rolantes inoperantes já há dias, um dos chafarizes que ornamentam a entrada das escadas rolantes na garagem está seco há mais de 6 meses. Centenas de lâmpadas estão queimadas no teto, que apresenta os perfis metálicos desalinhados e amassados. O estacionamento está esburacado e escuro. Fora a presença de engraxates, motoristas de taxi bandalha abordando os gringos e maleiros fazendo câmbio irregular.
O Terminal Um quando foi inaugurado era um aeroporto luxuoso e com o que de mais moderno existia, algo nunca encontrado no Terminal Dois com seu jeitão de rodoviária metida a besta e que também já tem sinais do peso da idade apesar de ser muito mais novo que o terminal inicial.
Imagino que foi visto por mim seja um reflexo direto do estado da aviação brasileira e da administração de seus terminais, presos num modelo jurássico de gestão que vem desde o golpe de 1964.
Foto tirada da torre numa noite de 1977.
Comments (21)
Estive no terminal há duas semanas e tive a mesma impressão do André: o clima de “bandalha” é geral.
Fico espantado de como são ingênuos os turistas que, em vez de pegarem os táxis “oficiais”, se deixam levar pelos clandestinos.
Mais espantado ainda fico com a conivência das autoridades com o atual estado de coisas no aeroporto.
Não aceito que não possam coibir os maleiros fazendo câmbio, os agenciadores de táxis, os engraxates, etc.
O antigo Galeão era precaríssimo mas tinha seu charme.
http://fotolog.terra.com.br/luizd
Acho que o atual estado do Galeão não é nada mais nada menos do que o estado no qual se encontra o Rio de Janeiro. A “casa” está abandonada desde a sua entrada principal,quando se chega ao aeroporto o que vemos é só um pequeno exemplo do que vamos ver no resto da cidade:Uma bandalha só.Infelizmente foi isso que fizeram com o Rio.
Abraço!
é por isso que sempre que me perguntam eu digo: O Rio continua lindo e mal governado… desde o primeiro governo Brizola, vagabundo deita e rola! Os seguintes foram todos suas crias políticas. Esse que está aí agora é o primeiro que não tem esse Karma… agora é dar um crédito de confiança e ver no que vai dar. Pior não tem como ficar (putz, já ouvi isso antes e piorou)
Luiz, o nível dos turistas estrangeiros caiu muito, são tolos, burros e mal educados, revelando sua origem social de seus paísses de origem.
No mesmo sábado, estava no Pão de Açúcar da Siqueira Campos, comprando umas besteirinhas, quando levei um encontrão de uma gringa, não pediu desculpas e seguiu em frente, solene.. Logicamente o sangue ferveu e fui atrás dela, rumo a geladeira de refrigerantes que estava entre nós…atropelei a gringa como um TGV sem freio e só então ouvi um irônico Pardon. francesa claro… falei pardon tb, e depois em inglês falei prá ela que eu não era um “bom selvagem”..ficou quieta
Não se pode negar que, em qualquer lugar do mundo, aeroporto é um lugar perigoso. Mesmo os menos arriscados exige do viajante um olho no gato e outro no peixe fritando.
Mas o nosso Galeão, bate os recordes de intranquilidade por metro quadrado.
Desde a as malas que não chegam, passando pelos “agentes da Polícia Federal que te pedem uma compra no frishope, até os assltantes fantasiados de chofer de táxi, tudo é assutador.
Como o André bem frisou, o atual Tom Jobim é um retrato nítido do atual abandono da aviação civil brasileira (a da militar nem é bom falar).
A velha piada de que a saída do Brasil é o aeroporto, nem essa resiste mais.
Mas o Lulla, nosso líder e genial comandante está agora em Brasília apresentando o tão aguardado PAC – Plano de Ações Capengas.
É mais ou menos como apresentar o reforço do telhado tendo as fundações todas carcomidas.
Uma coisa que piorou muito o estado do AIRJ foi perder de ser o “gateway” do Brasil.
Os governos federais paulistas foram todos aos poucos incentivando a transferencia para Guarulhos dos “hubles” das cias. aéreas e se transformar na porta de entrada do Brasil.
Resultado: Guarulhos sobre-carregado, turistas estrangeiros xigando de ter que aumentar 2 ou 3 horas seu tempo de viagem ao Rio por causa da conexão forçada em São Paulo e, finalmente, o abandono do AIRJ.
Da última vez que usei, reparei que as pistas não tem mais grama. Tem mato alto.
E na sala de espera tem até garoto de rua pedindo dinheiro.
Virou uma rodoviária de quinta categoria.
Tenho duas imagens bem interessantes do Galeão, de 1976, que salvei do Banco de Imagens do O Globo:
http://img250.imageshack.us/img250/5427/608158519cb.jpg
http://img102.imageshack.us/img102/4425/757656969as.jpg
Excelentes imagens do Rio Antigo: http://banco.agenciaoglobo.com.br/Pages/ResultadoBusca/?idcategoria=13&idtema=3
Trabalhei no AIRJ em 86, e todas as mazelas do texto já existiam.
Os “carregadores” de bagagem já caiam em cima dos turistas como formiga no mel, para fazer câmbio paralelo, a PM que “patrulhava” a pé o terminal (eram os desembarques A, B e C) muitas vezes levavam o turista para trocar dólares com esses “carregadores” atrás de uma comissão. O atendimento pelos fiscais da Receita Federal era o que havia de mais mal educado, mal humorado do AIRJ (sem contar com muitos dos funcionários da Infraero), tanto no desembarque como no pequeno guiché onde se cadastravam produtos importados de quem ia viajar (maquina fotográfica, filmadora…). Os paineís que informavam o vôo muitas vezes estavam quebrados, ou parcialmente quebrados, as cooperativas de táxis, uma máfia; ônibus executivo (lê-se Viação Real), eram carissimos e demorados, o que tinha de gente que ficava distribuindo cartão para os turistas alugarem aptos por temporada…
A coisa piorou o que era uma merda.
Vinícius, ótimos link’s !!
Você está certo, certíssimo ! Agora o pior é que se trata do aeroporto internacional do Rio de Janeiro, cidade mundial, segundo conceito de O.Spengler. Mas o Rio só merece bandidos, armações espúrias e outro quetais, isto desde os tempos do “Fisiologista” Chagas Freitas. É pena.
André, acho a distribuição de vôos, ou companhias nos dois terminais muito mal planejadas, enquanto o terminal 1 fica lotado, o 2 fica às moscas somente com vôos da Tam e da Varig…
Essa bagunça começou com o coisa do Lulla, que desvia o caixa da Infraero.
Maldição.
Nossa estou impressionado com o total descaso das autoridades competentes, quanto a conservação do elegante GALEÃO. O lugar dava uma emoção tremenda nos aureos tempos, vôos internacionais chegando saindo, pessoas elegantes do mundo todo, e a voz inconfundível da Íris Leitieri voz elegante abafada chamando o vôo, ainda é assim?
Realmente não vi nada falando do aniversário do Terminal 1.
Não vou ao RJ desde 1987, hoje morro de medo de ir aí, ainda mais passar por essa maldita linha amarela ou é vermelha ou faixa de gaza?!
Que pena que o antigo GALEÃO ficou assim, uma esculhambação só, uma pena, como o resto da cidade.
Qual o futuro do RJ?Só Deus sabe, ainda mais agora com essas mudanças climáticas mundiais que já são realidade, cruiz credo!
Boa noite,André.
Tudo recém-inaugurado,limpo e de pé. Curioso o fato do estacionamento estar com poucos carros,talvez um indício de um tempo em que relativamente poucas pessoas “andavam de avião”,como se dizia. Estive aí em outubro,e realmente somos atacados por doleiros,taxistas de má fé e achacados por mendigos e “engraxates” até mesmo lá dentro.
Esqueci de mencionar no meu comentario anterior dos engraxates, que tb não é coisa atual. Na época que trabalhei lá, havia um grupo de uns 5/6 que perturbavam todo mundo, inclusive tripulações de cia aéreas estrangeiras que chegavam, desembarcavam e pegavam seus ônibus de translado para seus hotéis. Esses “dimenor” importunavam os tripulantes à cata de lembranças (canetas, bolsas de viagens, bótons…) que depois vendiam para a turma que trabalhava no AIRJ.
Waldenir, até hoje essa parte do estacionamento é mais vazia, todos usam a parte coberta, por de baixo do terminal por ser perto dos elevadores e das escadas rolantes
parece q só chove na cabeça de vcs???estão sempre vendo tudo nublado…
Mauro, e está tudo nublado mesmo, a única diferença é não usamos óculos cor de rosa, mas sim óculos de grau !!!
Trabalhei no AIRJ em 79, e fora o Terminal que era novo, todas mazelas estavam alí…
Até o nivel das putas que ficam rondando piorou.