O taxi-lotação era um meio de transporte muito usado nos subúrbios do Rio a partir dos anos 40, os carros normalmente partiam ou de pontos no Centro da cidade ou das estações ao longo dos ramais ferroviários que serviam às zonas suburbanas.
Eram carros grandes, pois levavam 7 passageiros por meio de banquinhos dobráveis, recurso esse só encontrado em veículos longos, ou seja limosines ou carros executivos.
O taxi-lotação foi o fim para muito carro classudo e de elite na época, sendo usados até praticamente se dissolverem. A foto de hoje mostra um Packard 1927, já em estado lastimável fazendo o serviço de lotação na Freguesia de Ramos.
A foto por incrível que pareça não é dos anos 40 ou 50, esse herói da resistência trafega transportando passageiros no ano de 1965.
O taxi-lotação já foi personagem de post aqui no flog há mais de 2 anos, curiosamente o carro também foi fotografado em Ramos http://www.rioquepassou.com.br/2004/12/03/
A atividade desse tipo de transporte subsistiu até os anos 70, onde existem registros de linhas nos anos de 1973 e 74, curiosamente quase 10 anos após a extinção dos lotações ( micro ônibus ) no resto da cidade.
Os velhos taxi-lotações desapareceram com a alta do petróleo e o fim da vida útil dos carros, já não existindo similares nacionais, bem como o aumento da fiscalização e proibição de lotadas em veículos de praça.
Foto e informações encaminhadas pelo amigo Jason Vogel
Comments (19)
André, acha alguma foto de Av Atlantica com Sousa Lima pós 42, por favor 🙂
Sensacional !
A crise do petróleo causou um verdadeiro morticínio entre os banheirões. Era vendidos a peso para os ferros velhos. Muita gente depois chorou de arrependimento.
O edificia da esquina é o Begossi, com entrada pela Sousa Lima. Pertinho da Embaixada da Austria, no outro quarteirão.
Um barato.
Postei uma foto do edificio A Noite onde aparece um táxi lotação como esse:
http://www.flickr.com/photos/carioca_da_gema/71670855/
:-)))
Até hoje fazem “lotações” em veiculos em estado lastimável… só que chamam de “van”.
Na descida da Niemayer, chegada ao Leblon, vi para uma Kombi-lotação dessas oficiais com a pintura exigida pelo Detro e tudo, parar no seu ponto, já no Leblon e quando o cobrador abriu a porta ela simplesmente caiu no chão.
Assim tive a oportunidade de ver que dentro não haviam bancos de automóvel e sim desses banquinhos de plástico branco, completamente soltos!
Esse Packard aí, mesmo neste estado, hoje valeria uma nota!
É uma foto que eu sempre procuro prá vc Sílvia, mas não consigo achar nenhuma que apareça o velho Lucas !!!
Que belo exemplo de sobrevivência – Lei de Darwin aplicada na mecânica.
Meu bisavô teve um Packard parecido(ou um outro do mesmo naipe) que terminou seus dias, até onde se soube, como reboque de carros de uma oficina em SP.
Maravilha de explanação e maravilha de carro.
Rapaz, naquele tempo já existiam os “Roberts”!Repara só nos dois passageiros atrás do motorista,tá na cara que ao perceberem o fotógrafo eles se inclinaram pra frente pra sair na foto! Quem diria hein?
Abraços
André, este é um PACKARD modelo 426 TOURING TORPEDO 1927, eu tenho esta publicação que é mesmo de Janeiro 1965 então a foto deve ser de 1964. Imagina se ele tivesse guardado o carro , se bem que aí ele já estava bem castigado !
Na minha publicação, no vidro do lado do carona está escrito em tinta branca “Ramos Praia”, então ele estva realmente fazendo uma “lotada”.
Caramba que preciosidade!
Vê-se pela placa, que a numeração é a utilizada anteriormente a que tinha duas letras e quatro algarismos, e que durou até o início dos anos 70…
Nossa Mãe do Céu !
No verão carioca, um motorzão desses, devia ferever de meia em meia hora.
E quantos litros um mostro desses bebia por quilômetro. Se bem que naquele tempo a gasolina era barata. Tenho recortes que estampavam em letras garrafais ” No Brasil um litro de gasolina custa menos que um litro de água”.
velhos tempos, velhos tempos.
Boa noite,André.
Então já havia lotadas,antecessoras das vans de hoje?
Essa eu realmente não sabia.Um registro inédito.
O nome “oficial” deste serviço de transporte na época, já que ninguém comentou até agora, era “cata-corno”.
Um Packard 1927 em 1964 seria como um Dodge Dart (ou Galaxie) 1970 hoje em dia. Realmente um “banheirão”.
Sei que há poucos anos muitos taxistas ainda faziam lotações, ilegal e informalmente, saindo de suas casas no subúrbio, e levando com ele 3 ou 4 passageiros para o Centro. As vans e kombis acabaram com isso.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
O radar flagrou o carro em excesso de velocidade, esatva a 17 Km/h.
A placa anotada foi GUANABARA (GB) 5-64-06