Em contraste com o bairro vizinho, Copacabana, que se verticalizava aceleradamente nessa época, mas ainda longe do surto especulatório do pós guerra, Ipanema era um bairro baixo.
Na foto só podemos distinguir dois prédios com altura considerável, um bem próximo ao nosso fotógrafo e que certamente existe até hoje imprensado entre as novas construções na rua Visconde de Pirajá.
Obeservamos que ele foi construído com janelas viaradas para as divisas e deve respeitar o alinhamento ainda do Plano Agache. Não sei que prédio pode ser este, aguardo informações dos colaboradores ipanemenses.
No fundo do bairro, já mais perto do Jardim de Alah, outro grande prédio se destaca, arrisco dizer que pode ser o prédio que tem a Casa Pirajá em sua loja.
Na foto podemos observar que o calçadão junto a areia ainda não existia, sendo os canteiros centrais utilizados para o transito de pedestres na orla, inclusive com bancos e simpáticos jardins. Ao contrário de hoje que a areia invade a pista com qualquer brisa, ou com a mais leve ressaca, nessa época a Av. Vieira Souto era resguardada por vegetação rasteira.
O que surpreeende é que essa vegetação antes natural do bairro, destruída quando do primeiro surto de urbanização, foi recomposta nos anos 40 pela prefeitura como maneira de garantir as condições de tráfego das vias do bairro. Há inclusive uma pequena placa, fixada em uma pedra a beira do calçadão junto ao Posto 10, onde os moradores agradecem ao ilustre prefeito a recuperação da vegetação das dunas.
Pois tal vegetação, que resistiu quase íntegra até o início dos anos 70 foi sumindo, pisoteada pelo aumento de público, retirada para a colocação de quadras de voley e campos de futebol, acabando se restringindo na parte da praia perto do Contry.
Mas até aí, onde a praia contava com um canto pitoresco a vegetação está condenada a desaparecer nos próximos anos. A prefeitura não faz mais a reposição das plantas rasteiras, e não colabora com a sua sobrevivência, cada ano que passa a vegetação vai desaparecendo, até uma academia de ginástica de verão patrocinada por uma grande empresa é colocada por cima do que resta das dunas, fora os shows montados nessa região. Certamente os moradores do bairro e os garis iriam agradecer muito a permanencia delas nos dias de fote vento, onde a areia toma conta da orla, em vários trechos, pois não há nada para retê-la.
Comments (19)
Bem residencial, de um bucolismo total.
Atualmente já está mais para bairro comercial…
Que beleza!
Nem imagino como isso ficou na virada do ano. Quiseram me levar, mas recusei terminantemente.
🙂
Que tranqüilidade …. Eita suburbão !
Me lembro bem da vegetação em quase toda a orla de Ipanema. Quanto à Prefeitura…. Que Prefeitura ?
Está me parecendo que já existia a pedreira da Rua Sambaíba, no início da mata dos Dois Irmãos, onde hoje ficam as quadras de tenis do condomínio Quintas e Quintaes…
Era uma vegetação com folhas bem verdes, a alguns centímetros do chão, onde se escondiam pequenos animais.
Já publiquei uma foto onde apareciam também áreas com gangorras, balanços e rema-remas na areia, junto a quiosques de sapê.
Era uma maravilha!
http://fotolog.terra.com.br/luizd
Boa tarde,André.
Luiz, JBAN,
A vegetação a que vocês se referem é essa aparecendo na areia, junto da pista? Havia animais ali? É ,isso eu não lembro. Mas ainda há alguma coisa assim na Barra / Recreio, embora em menores proporções.
Caramba, a favela do Vidigal já estava lá!
Não era a Anta Copacabanensis que vivia nesta vegetação ?
Que vegetação vai resistir a toneladas de pisadelas diárias, mensais e anuais ?
2007 tá igual 2006, não mudou nada, né ?
André, não são dois prédios visíveis. Tem o terceiro, lá na Niemeyer. Me arrisco a dizer que é um prédio que esta logo depois do Sheraton, pra quem segue para São Conrado. Tô certo?
Me lembro que na década de 60 aquelas plantas foram acusadas de ser esconderijo de aranhas Viúvas Negras. Houve alguns acidentes com essas aranhas. Mas não lembro se isto detonou uma campanha de erradicação das plantas.
Caro André,
muitas vezes fico rodando pelos fotologs existentes por aí e comumente me deparo com artigos bobos ou banais, mas que por vezes se tornam curiosos.
Hoje foi diferente, uma foto antiga me instigou a curiosidade de seu fotolog, o qual comecei a pesquisar durante horas e com muito prazer, tomando conhecimento de um passado que não vivi e de histórias curiosas a respeito do urbanismo do Rio de Janeiro.
Tenho 24 anos e moro em Juiz de Fora – MG. Meus pais são pessoas mais antigas e sempre me contaram histórias a respeito da minha cidade e seu glamour perdido com o passar dos anos.
(continuando)
Infelizmente é flagrante a mutilação ocorrida em diversas cidades, promovendo o esquecimento de memórias maravilhosas. Alguns diriam que é o progresso, outros que a vida tem que continuar, mas na minha opinião é pura falta de valorização do patrimônio histórico de uma sociedade que poderia conviver perfeitamente com projetos contemporâneos não comprometedores!
Aliás, quem sou eu para falar a respeito disso? Pois a minha idade e minha experiência de vida não me habilitam para proferir um parecer tão específico.
Porém, sempre tive grande empatia com arquiteturas antigas, principlamente aquelas entre as décadas de 20 e 50 e sinto que o glamour de outros tempos jamais será restaurado nos dias de hoje ou do futuro, por consequência de uma sociedade cada vez mais apressada e fútil!
Gostaria de parabenizar pelo FANTÁSTICO acervo disponibilizado aqui neste fotolog, inclusive pela prestabilidade de informações precisas que me deixarem curioso, fato reforçado por eu conhecer alguns pontos do Rio de Janeiro e ter uma afeição especial por esta cidade que sempre visito.
Agradeço a oportunidade de poder navegar por um arquivo tão bem montado, o qual pesquisei por várias horas antes de escrever esta mensagem.
Infelizmente o meu fotolog não tem nada demais para compartilhar com você. Mas sim muitas bobeirinhas que utilizamos entre amigos apenas como diversão de público iminentemente jovem.
Sobretudo, colocarei este fotolog na minha lista de favoritos com muito prazer e espero ter a oportunidade de testemunhar outras ótimas publicações!
Um forte abraço,
Gabriel Visentin dos Reis.
Aquele prédio no Vidigal está mesmo lá até hoje. Ele é da primeira metade da década de 30.
Sempre quis saber a história desta loucura imobiliária. Cada uma das nossas famílias tem pelo menos uma estória sobre um avô ou tio que não quis comprar terrenno no Leblon porque “aquilo era um areal”. Como imaginar vender todo um prédio ainda depois do areal, no meio do nada?
O prédio da Niemeyer está lá sim, ele aparece em fotos inclusive mais antigas, não me surpreenderia se ele fosse do final dos anos 30. Imagino o que deveria ser morar nele até os anos 60 quando a cidade parava no Leblon e São Conrado era um lugar para veraneio e o Vidigal era apenas um apanhado de barracos
Sem palavras, UAU!!!!!!!!!!!!!!
Rapaz!
Que magnífica lembrança.
O Country!!
Saudades.