Com o início das hostilidades nos oceanos a crise de abastecimento de combustível começou a ser sentida pelo Brasil por volta de 1941, inicialmente o combustível passou a ficar cada vez mais caro, passando para caro e raro, até chegar ao ponto do racionamento, com preferência para o transporte e automóveis de serviço.
Cupons de combustíveis eram distribuídos a poucos civis como médicos, farmaceuticos e algumas outras profissões como deputados e senadores.
A solução encontrada e mais difundida foi o gasogênio, tem notícias de muitos carros rodando com alcool, mas a corrosão dos carburadores e a dificuldade de funcionamento no frio eram muito grandes.
Quem não queria deixar seu carro no cavalete, até o final do conflito tinha que aderir ao gasogênio, uma curiosa mistura de carvão e água que gerava um gás, bem mais pobre que o hoje conhecido GNV, dizia-se que os veículos perdiam até 50% da potência, além dos tambores, tubos, suportes, serem adaptados nos veículos, muitas vezes eliminando a utilização do porta malas. Mas era isso ou garagem e inatividade.
A foto de hoje nos mostra vários carros, todos com os dipositivos de gasogênio estacionados na calçada do Palácio Monroe. Do outro lado da rua vemos que o edifício Lafond tinha side demolido há pouco e tapumes fechavam seu terreno. Do outro lado da Rua de Santa Luzia o Clube Militar também já ocupava sua nova sede
Comments (19)
Muita gente deixou o carro no cavalete…
Olha só a elegância do cidadão na calçada.
O cidadão está de SOBRETUDO!!!!!!!!!!
Bons tempos…Será que um dia fez tanto frio aqui?
Seriam carros dos exemplares funcionários do Senado?
Tem em alta? Se tiver…
O Linimento era um liquido cor de caramelo. Tem algo de canfora nele, devia ser o avô do gelol. Ternho um vidro de Linimento aqui com um pouco desse santo remédio. é meio asqueroso…
Estou te mandando Roberto, vou mandar para o Jibam tb
Fiquei curioso e fui procurar informações que complementassem o texto acima. No Google, é claro. Quem quizer se aprofundar, principalmente no “como funcionava” um treco destes, veja o link abaixo.
http://www.carroantigo.com/portugues/conteudo/curio_GASOGENIO.htm
Ótimo link Wilson !!!
interessante..
eu nao conhecia esse gasogenio.
por aqui o pessoal usava mais o cavalo mesmo, o ‘pogresso’ só chegou depois da guerra.
Boa tarde,André.
O rendimento do gasogênio deveria ser muito baixo,só pelo volume dos tanques nos carros. É interessante observar que são diferentes,o diâmetro de um deles é maior do que o do outro,provavelmente,conteriam elementos diferentes que,combinados,faziam o carro andar.
E ainda havia outros “tanques” menores,entre os grandes e até no canto,como podemos ver no carro à esquerda.
Imagina a trabalheira para a “desconversão” depois de 1945…
Eu era bem pequeno na época mas, me lembro de ver carros à gasogênio. Com esta foto, agora eu visualizo bem. A propósito; o cidadão da foto não está com sobretudo e sim com capa de chuva, tem até um guarda chuva na mão direita.
O máximo mesmo foi ver algum tempo atrás cenas de corridas no Rio Grande do Sul, de carros com gasogênio. Um barato!
Que sufoco deve ter sido.
Tempos duros, com racionamento de produtos alimentícios, combustível, etc.
Nessa época já existiam alguns postos vendendo álcool combustível, e, pelo menos em São Paulo, o número de carros convertidos para álcool era infinitamente maior do que os convertidos para gasogênio. Os mais velhos relatam, que um carro que já tinha sido equipado com gasogênio valia muito menos (coisa de 1/3) do que um equivalente que nunca recebeu o equipamento.
Segui o link do Wilson. Não fazia idéia de como o gasogênio funcionava. Era a queima incompleta do carvão vegetal, através de uma chama por dentro da massa de carvão. O gás produzido pelo que eu entendi era monóxido de carbono, talvez com algum hidrogênio. Uma versão menos eficiente do “gás manufaturado” que a CEG está tirando de circulação.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
Época difícil, guerra!
Maravilhosa foto.