A foto mostra praticamente todo o tecido urbano que jaz sobre o prédio do Fórum hoje, e que foi a última parte do bairro a desaparecer, que era o grande quarteirão pelo qual o Beco dos Ferreiros serpenteava.
Na parte superior esquerda da foto vemos o denso casario cortado por estreitas vias como o Beco da Boa Morte, Beco dos Ferreiros, Rua do Cotovelo, Rua do Theatro etc… As vias eram tão estreitas que na foto não são iluminadas pelo sol, mesmo o maior sobrado tendo apenas 4 andares de altura.
Na parte inferior esquerda vemos uma parte do enorme Mercado e a chegada da Rua Fresca (na época já renomeada de Clapp) no Largo do Moura, que com a construção do Mercado ficou dividido em duas pequenas esplanadas de formato triangular, na foto vemos uma delas.
No centro da foto, temos dois prédios que chegaram aos nossos dias, o antigo prédio da Caixa Econômica, hoje ocupado pela PGE, e o antigo prédio do Fórum, construído para ser o Clube Militar e só entregue à Marinha nos anos 80, onde a mesma instalou um dos seus museus. O Prédio do Tribunal do Júri, hoje Museu da Justiça, ainda não tinha sido construído, em seu lugar tínhamos uma construção, praticamente de um só pavimento, com chaminés e um grande pátio central.
Do outro lado da Rua de D. Manoel, na frente dos prédios que mencionamos, vemos os quarteirões, do Beco da Fidalga, Beco da Torre e Beco do Paço. destruídos para a abertura da Av. Erasmo Braga. O Beco da Torre ainda existe meio desconectado do tecido urbano, separando a Igreja do São José do edifício Estácio de Sá, com a sua parte inicial hoje chamada de Rua Trajano de Carvalho.
Na parte superior direita temos além da Igreja de São José, aparecendo bem na borda da foto, o prédio da Cadeia Velha, na época ocupado pela Câmara dos Deputados, que já abria terreno para a construção do Palácio Tiradentes, esse descampado permaneceu assim por muitos anos, certamente algum problema em relação a desapropriação do sobrado na esquina da Rua de São José, que permaneceu ali, isolado por muito tempo.
O prédio com formato de H era do Ministério da Viação e Agricultura, demolido nos anos 30 para a construção de um anexo déco da Câmara, que foi demolido nos anos 70 para a construção de um novo anexo para a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
De resto vemos a vegetação da Praça XV, plantada por Passos, na parte inferior direita da foto um pedaço dos telhados da estação das Barcas.
Continua na segunda….
Não deixe de ver os post’s anteriores que fazem parte desta série!
Comments (14)
Antes que a Ana Lucia pergunte… Essa não é a torre do Albamar ?
Resposta : Essa não é a torra do Albamar !
SUPER INTERESSANTE!
Só assim a gente percebe como tudo ta mudado!
:-)))
Ah!!! Cadê o Morro do Castelo?????
:-))))))))))))
:-)))))))))))))))))
Está por trás dos sobrados da rua da Misericórida, lá no fundo da foto, ele não aparece..
Essa torre do Albamar vive se escondendo…
Os becos deviam ser uma “Salvador” carioca que infelizmente se foi… hoje passar por ali com aquela aridez danada do Forum e esplanadas chega a ser desagradável.
Boa tarde,André.
A praça XV deveria ser bem maior do que é hoje,senão vejamos : há um grande espaço arborizado diante do prédio do Ministério da Viação,sabendo-se que a ALERJ ficaria naquele vazio acima.Hoje este pedaço está sob a perimetral.
Os detalhes mais curiosos são a “fábrica” com as chaminés ( alguém arrisca o que seria?)e a seqüência de sobrados totalmente idênticos atrás do Museu Naval.
Europa nas américas.
Que aula!
Waldenir, fisicamente a Praça XV até aumentou dos anos 70 prá cá com a extinção progressiva das pistas de rolamento, o problema é o Perimetral que cria uma barreira visual, que achata a praça
Arrisco que as chaminés era uma fábrica de gelo !