Logo podemos perceber a inserção do Mercado em um antigo tecido, a construção que vemos é um dos prédios do Arsenal de Guerra que ficou literalmente colado no mercado. Grande parte do terreno e da doca do arsenal foi ocupado pelo Mercado, nos mapas podemos ter uma idéia de quanto da área da unidade militar foi usada. Nessa época certamente já estava em curso a construção no novo arsenal no Bairro do Cajú, onde está até hoje.
A torre que vemos é a que abrigava o portão número 2 do mercado, deveríamos ver bem próximo a ela também o prédio do Regimento do Moura, mas ao contrário tempos uma esplanada com o solo bem irregular e no fundo os sobrados da Rua da Misericórdia colados nas fraldas do Morro do Castelo, ou seja nessa época o Regimento do Moura já tinha sido transferido e seu prédio demolido para se ganhar espaço.
No topo do Castelo, podemos ver os sobrados que acompanhavam a Ladeira da Misericórdia, e junto a ladeira além dos sobrados varais e varais de roupas secando e quarando ao sol. No topo vemos o velho conjunto dos jesuítas, nessa época ocupado pelo hospital São Zacharias, por cima dos telhados do hospital ainda vemos as torres do Observatório, que usava a grande igreja dos jesuítas nunca terminada e que compunha um cenário muito interessante, uma velha e enorme igreja no estilo neo-clássico inacabada, com pedaços em ruínas, sustentando equipamentos de última tecnologia.
continua…
Comments (14)
Gostei da foto e do texto.
Muito boa a série.
Fora de foco: André, lembre-se da foto prometida.
É.. essa é inédita mesmo!
Concordo com Luiz.
Se estivesse de pé ainda hoje , o Morro do Castelo poderia ser uma espécie de “Largo do Pelourinho” carioca…
Que interessante essa série. Imagino que casarão seria aquele no centro da foto, já na encosta.
Continuo com meu pensamento que o Morro do Castelo ia ser hj uma tremenda favela, como muitas que cercam o Centro do Rio. Ja era qd foi posto abaixo, hj então…
Honestemente não faz a minima falta.
:-))
Boa tarde,André.
A torre do Mercado que aparece é aquela do Albamar? Porque se for, eu fico totalmente posicionado em relação à foto.
Isto significaria que o Arsenal perdeu muita coisa.Há algumas centenas de metros entre o Albamar e o MHN,e o prédio mais próximo está quase encostando na torre.
O observatório deveria ser bem peculiar,instalado em uma igreja em ruínas.Mas ele foi para São Cristóvão antes ou depois da derrubada do morro?Eu tenho a impressão que o de São Cristóvão já existia no século XIX.
Não Waldenir, a torre que aparece na foto era do mesmo lado do mercado, mas no outro vértice, bem perto do MIS, o fotógrafo acredito eu estava posicionado no portão 8, bem onde hoje estão os pilares do perimetral.
O observatório de São Cristóvão por incrível que pareça é de 1921/22 !!!
Gosto muito destas janelas coloniais, mais ainda quando a parte superior é em arco…
Continuo achando um crime a derrubada no morro do Castelo.André,me tire uma dúvida por favor(mesmo que não esteja diretamente ligada à foto):de que ano é aquele túnel que corta o morro da Providência,saindo próximo à av. rodrigues alves???caso tenha sido anterior ao desmonte do castelo,essa tecnologia de se fazer túneis portanto já era viável,correto??
Penso aqui comigo mesmo se não teria sido possível ter feito o mesmo,e manter o castelo.Também acho que ele poderia ser tão importante pra cidade do Rio hoje quanto o Pelourinho para Salvador.
Mas enfim,o “se” não existe na história,né?
desde já,obrigado pelo esclarecimento,e pela otima foto!!
1 abraço
Esse Tutu é mesmo uma mala ! O Morro do Castelo era o berço da cidade.
Daqui a pouco a Ana Lucia vai perguntar se aí era o Albamar…
Sensacional a série !
É impressão minha ou à direita vemos, bem perto do fotógrafo, o restaurante Albamar?
Eu to pouco me lixando se era ou não o berço da cidade. Estava abandonado e com favela já nele.
Se aqui fosse outro pais, com outra mentalidade, a de conservação e preservação e respeito para com os pobres. O destino dele poderia ter sido outro.
Queria ver se todo mundo endeusaria o tal Morro do Castelo se estivesse hj igual ou pior que qq morro da cidade. Com tráfico, tiros, granadas, etc.
Temper, temper, dear EDUBT.
Faço coro com o Sr. Edubt – Se fosse em um País sério teria sido um crime contra a memória e o património histórico da Cidade (visto ter sido o local de seu berço). No caso do Brasil, teria virado um tremendo Favelão. Semelhante destino teriam os Morros de Sto. António e Senado senão tivessem sido desmontados. Uma pena que a receita não se repetiu nos moros do Livramento, Mangueira e do Pinto.
A população dos Morros e Favelas horizontais, outrora composta , em sua maioria,por gente humilde e trabalhadora, atualmente é CONSCIENTEMENTE cumplice do Crime Organizado, adepta da desordem, da paternidade irresponsável e da destruição ambiental.
Chega de paternalismos com quem não paga impostos, pratica o furto de energia, rouba o sinal de video a cabo, invade as pistas automotivas impossibilitando o direito “de ir e vir” dos cidadãos que caminham dentro da ordem etc etc. Tá faltando mão pesada.