Aérea, Largo da Carioca, anos 20

Preferi fragmentar a foto para mostrar com mais detalhes um tecido urbano que desapareceu totalmente, e que mesmo pessoas com as melhores noções espaciais não conseguem hoje nesse local imaginar a posição dos velhos prédios.
O local é a “parte alta” do Largo da Carioca, ou seja a parte do Largo que foi sendo criada por seguidas demolições a partir dos anos 20, e que transformou o local na árida e desumana paisagem de hoje.
Vamos começar a nos posicionar na foto para conseguirmos entende-la.
Na parte esquerda inferior vemos o prédio do Lyceu de Officios, e sua tradicional fachada abaulada, virada para o Largo da Carioca, bem no pé da foro vemos uma pontinha dos telhados do Hotel Avenida, entre as duas construções temos hoje a boca principal da estação Carioca do Metrô. Os dois prédios foram demolidos nos anos 50, no lugar do Hotel Avenida temos o edifício Av. Central, e no lugar do complexo do Lyceu temos o prédio da Caixa Econômica.
A Rua 13 de Maio nessa época ia muito além de hoje, e separava as construções já faladas de outras duas muito importantes e hoje totalmente desaparecidas, o prédio com vários pátios centrais era o da Imprensa Nacional, demolido nos anos 40 para a construção em seu lugar de uma bela e árida esplanada revestida de asfalto para o parqueamento de automóveis. Subindo a foto o telhado ao lado da Imprensa era do Teatro Lyrico, um dos melhores da cidade antes da construção do Municipal, e em seu lugar hoje temos parte das pistas do início da Av. Chile no seu encontro com a Av. Alm Barroso, nessa época já construída por ser tratar de uma via criada por Passos. A foto nos mostra o real tamanho do teatro Lyrico, que começava alinhado com a Rua 13 de maio e ultrapassava a rua Senador Dantas, indo muito próximo onde hoje está o prédio do BNDES, o Lyrico foi demolido já nos anos 20 para o alargamento do encontro da Sen. Dantas com a 13 de Maio para a melhora do tráfego de bondes, posteriormente aí foi construído o Tabuleiro da Baiana.
Na parte inferior direita da foto, podemos ver os telhados do Convento de Santo Antônio, e temos a real noção como o largo foi alargado, pois hoje o espaço chega aos pés do velho convento.
Ainda do lado direto da foto, vemos o antigo ramal do bondes de Santa Teresa, que tinha sua estação terminal nessa época numa estrutura metálica por trás do velho chafariz do Largo da Carioca. A foto nos mostra os telhados da estação e um pedaço do chafariz na sua parte inferior central.
O ramal serpenteia o convento e mais acima fica paralelo com a rua Sen. Dantas, onde hoje temos a rua Lélio Gama, uma pequena rua em L, que parte da Rua Senador Dantas ao lado do predio do Banco do Brasil até se encontrar com a Av. Chile e onde temos os acessos das garagens do prédio da Petrobrás e do BB e onde está localizada a atual estação de bondinhos de Santa Teresa, inaugurada no primeiro Governo Chagas Freitas, ainda no tempo da Guanabara.
Na parte supeiror direita da foto vemos uma parte das fraldas do Morro de Santo Antônio e podemos ter uma noção de sua altura, aparentemente há uma linha de carris ou plano inclinado que sobe em diagonal na foto, desconhecendo eu a sua função.
No extremo esquerdo superior da foto, vemso o encontro das ruas 13 de Maio com Evaristo da Veiga, e podemos ver o Palácio Pedro Erenesto ainda em construção, envolto em andaimes.