Todos nós sempre imaginamos o polo bancário da cidade como a região da Primeiro de Março e posteriormente a Rio Branco, mas nos século XIX e início do XX a grande região bancária da cidade era localizada nas estreitas ruas da Alfândega e Quitanda.
A localização era estratégica, pois essas ruas eram coladas na velha Alfândega, hoje Casa França Brasil, onde a atividade de exportação do Café era fortíssima, como também a presença da sede do Banco do Brasil, onde hoje é o CCBB, era uma região de circulação de vultosas quantias, ainda se pensarmos que a primitiva Bolsa de Valores também funcionava bem próxima, no prédio hoje ocupado pelo TRE na esquina da Rua Primeiro de Março e Travessa Tocantins.
A foto de hoje mostra um dos diversos bancos, quase todos organizações internacionais, na época desta foto, possivelmente final dos anos 10 (a data da foto foi retificada por Francisco Patrício como sendo em 1912). Podemos apresentar uma listagem não muito fiel, mas esclarecedora dos bancos que funcinavam nesta região
-Banco do Minho Rua da Quitanda 151
-National City Bank of New York Rua da Quitanda 141
-BankFrançais et Itanien pour l’Amreique du Sud Rua da Quitanda 117
-Brasilianishe Bank fur Deutschland Rua da Quitanda 13
-Banco Alemão Transatlântico Rua da Alfandega 11
-London and Brazilian Bank Limited Rua da Alfandega 10
-London and River Plate Bank Limited, depois Loyds Bank Rua da Alfandega esquina com Quitanda
A foto nos parece mostrar um imóvel localizado da rua da Alfândega na esquina com a Rua da Canelária pela posição de uma das torres da grande igreja que desponta por trás. Confirmado o local por Francisco Patrício o banco é o London and Brazilian Bank LTD.
Infelizmente o nome da casa bancária certamente escrito no dístico metálico a cima da portada do sobrado é ilegível, bem como as placas de rua e números na fachada. Ficando apenas o testemunho dessa velha região da cidade.
Foto do acervo do amigo Francisco Patrício
Comments (15)
Bom dia,André.
O banco da foto provavelmente desapareceu,mas é possível determinar onde ele estava a partir da torre de igreja que aparece atrás.Qual é a igreja?
Alguns estabelecimentos do gênero – inclusive neste estilo – ainda sobrevivem nas transversais da Primeiro de Março,como a Buenos Aires e a Rosário.
Culto e Exemplar André Decourt,
Me permita um pequeno complemento:
– O nome desta instituição éra “LONDON & BRAZILIAN BANK LTD.”
– O edificio do banco ficava situado, na esquina das ruas da Alfândega e da Candelária.
– A fotografia é de 1912.
Quanto à foto postada ontem, me parece que o Vapôr em questão era do “Lloyd Brazileiro”, embora não tenha a certeza. Acrescento que tenho uma outra foto, da Praça Mauá, tirada no mesmo dia com o fotografo Malta posicionado dentro deste Navio. Em breve lhe enviarei a mesma.
Abraço.
Então o endereço do prédio fotografado meu caro Patrício é Alfandega 10!
Abraços !!!
Sr. Francisco Patrício:
Caro patrício.
Você é uma destas pessoas especiais às quais devemos agradecer a oportunidade de rever ou vir a conhecer um passado que não está acessivel em nenhum outro lugar (mesmo sendo este um lugar virtual), com raríssimas exceções.
Andre e outros abnegados da história do Rio fazem, também, através destes sitios, um trabalho inestimável não só para nós, que nos deleitamos em recordar, mas, e principalmente, para os que ainda estão por vir. Como dizia Luiz Simões Lopes, sobre a FGV, “os vindouros verão teus frutos”.
Pena que o poder público, a meu ver, responsável por guardar a nossa história, faça tão pouco para preservá-la.
Fico imaginando quantas pessoas e famílias dispõe de material gráfico para enriquecer este acervo virtual, guardado em pastas, malas, armários e, ou não se dispõem a dividir ou, pior, nem sabem que todo este esforço está sendo feito. E se elas passassem a colaborar, disponibilizando cópias de suas lembranças que, muitas vezes são, também, nossas lembranças?
Um grande abraço do admirador, até aqui seu desconhecido amigo, Wilson.
Esse predio já foi pro saco???
:-))
farei um post duplo com a sua foto de ontem já já no Flicts
Prezado Sr. Wilson,
Agradeço a gentileza demonstrada por suas palavras – é com grande satisfação que compartilho, boa parte do meu acervo, com todos aqueles que têm apreço pela memória desta Cidade – especialmente com pessoas de perfil semelhante ao Nobre Amigo.
Se não me engano, já conheço seus abalizados comentários do Fotolog Rio Antigo.
Sei que, assim como muitos, é descendente de Portugueses que para cá vieram “fazer o Brazil”
– seus avós: Diamantino e Joaquina aportaram nesta Cidade na segunda década do Século XX (já na Praça Mauá). Meu bisavô meu aqui chegou (Cais Pharoux) em 1903, meu avô na década de 30 e eu muitos anos depois – todos viemos sós e nunca nos cruzamos nesta Terra. Apenas porcuriosidade e em alusão aos nomes de seus avós – minha avó se chamava de Joaquina de Jesus e meu Pai é Diamantino.
Sr. Wilson, creia-me igualmente seu amigo.
Abraço
É uma honra ter o Patrício como coloborador do flog, suas fotos são sempre fantásticas, mas também reforço o pedido aos visitantes, que tenham fotos de família antigas e amadoras, que as digitalizem e as dividam com os outros.
Vários post’s aqui, muitos dos melhores, foram feitos com fotos enviadas por visitantes, fotos de família que guardam tesouros da evolução de nossa cidade
Realmente André, o dinheiro estava todo nas mãos dos estrangeiros…
O Banque Français et Italien pour l’Amerique du Sud “abrasileirou” para Banco Francês e Italiano para a América do Sul – SUDAMERIS, nome esse que por fim virou o nome do banco até ser vendido.
O bisneto do Dr. Langaard foi Presidente do Banco por muitos anos, tendo chegado a esse cargo pelos serviços prestados como advogado durante a Segunda Guerra.
Mais uma bela foto do Patrício Patricio, enriquecido com os comentário do Decourt e dos colaboradores de plantão. Excelente !
Post duplo com o teu anterior:
http://flickr.com/photos/carioca_da_gema/293063867/
:-))
Caro Patrício.
Que inesperada e agradável coincidência estes nomes comuns em nossas linhagens. Minha esposa, também portuguêsa, aqui chegou já na década de 50. Nosso filho, seguindo a melhor tradição deste “nobre povo”, transpoes o mesmo mar e vai encontrar, na terra dos “nossos egrégios avós”, um lugar adequado para seus estudos avançados em inteligência artificial. Levanta-se “hoje de novo o esplendor de Portugal!”
Abraço
Boa noite para todos.
Acredito que esse imóvel é ocupado há muito pela sede da Secretaria de Fazenda do Estado. Fica na esquina da Alfândega com Quitanda. A portaria da esquina, que aparece na foto, é conhecida como Alfândega, 42. O prédio ao lado, na Rua da Quitanda,que se vê na foto e termina na Pres. Vargas/Candelária,também ainda está de pé e também é ocupado por essa Secretaria. Dizem que esse imóvel de esquina foi ocupado, originalmente, por um banco alemão. No saguão, há um vitral com um transatlântico. Por isso, parece-me, então, que foi sede do Banco Alemão Transatlântico. Contam, por lá, que o imóvel foi desapropriado pelo Governo Federal durante a 2ª Guerra.
Na esquina da Alfândega com Candelária existe o grande prédio da Associação Comercial, jóia decô dos anos 30, mas um tanto fora de escala comparado com as ruelas onde se encontra.
Já na esquina com a Quitanda, como disse a Vera, existe o prédio da Secretaria do Estado de Fazenda, que estava (está) em obras recentemente. Do outro lado da rua, outro prédio da mesma época, que pertenceu à Sulacap e que foi reformado no ano passado. Da última vez que passei por lá estava pra alugar.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto