Centro Israelita Bené Herzl, rua Conselheiro Josino 14

andredecourt's Foto von 08.09.06

Os judeus sempre estiveram presentes na cultura de nossa cidade, mesmo nos tempos da inquisição, onde muitos foram obrigados a renunciar a sua crença, pelo menos publicamente, para não serem mandados aos tribunais do Santo Ofício em Lisboa.

Inicialmente tínhamos praticamente os judeus de origem Sefaradita, ou seja, judeus de origem ibérica ou de partes da região do mediterrâneo, mas no final do sec XIX início do XX e até o início da segunda guerra mundial tivemos um grande afluxo de judeus ashkenazitas originários da Europa Oriental, em sua maioria fugidos, de perseguições e limpezas étnicas que já existiam nessa época, principalmente na Rússia.
Hoje contaremos um pouquinho da história da comunidade mais antiga, e de um de seus templos, a Sinagoga Bené Herzl, fundada inicialmente em 1921 na rua Mem de Sá 181, região, juntamente com a do SAARA, muito ocupada pelos judeus ibéricos, tendo os judeus da Europa Oriental tendo ocupado a região da Praça XI, fazendo de toda aquela região, da Av. Passos a Rua do Riachuelo uma grande região judaica.
A Bené Herzl começou como um templo religioso, mas logo começou a agregar um grande número de atividades sociais, sendo transformado em um Centro Israelita, e para essa nova demanda foi construída uma nova sede na rua Conselheiro Josino número 14, sendo inaugurada em 16/06/1929.
Com as transformações urbanas e sociais pelas quais passou a comunidade judaica nos anos 40 e 50, primeiramente com a expulsão de grande parte das duas comunidades para a construção da Av. Pres Vargas, os ashkenazitas tiveram o seu núcleo social praticamente varrido do mapa, os ibéricos perderam uma fatia de seu território negocial e residêncial. As transformações sociais, como mais posses, maior integração com o resto da sociedade e diversificação dos negócios das famílias fizeram os judeus se mudarem para bairros como Copacabana e Tijuca, deixando aquela região, antes uma pequena Israel completamente abandonada.
No fim dos anos 50 o Centro Israelita Brasileiro Bené Herzl, mais conhecido como CIB, ciente dessas mudanças que estavam esvaziando seus salões e rezas, tais como a da grande sinagoga ashkenazita da esquina das ruas Tenente Possolo e Henrique Valadares, resolveu ir para onde a comunidade foi, para Copacabana, sendo então comprada uma enorme casa na rua Barata Ribeiro 489, ao lado da Galeria Menescal, onde durante as décadas que se seguiram não só uma nova sinagoga foi erigida, mas sim um clube completo, com ginásio, piscina e demais atividades.
A foto de hoje mostra a sede da Rua Conselheiro Josino número 14, um simpático prédio eclético, que com a mudança do CIB para Copacabana infelizmente alguns anos depois acabou sendo demolido, não sei o que há em seu lugar hoje, talvez nada, apenas um terreno baldio.

Comments (11)

derani 08.09.06 10:27 …
Rafael nos dirá o que lá existe hoje.
Sem dúvida uma etnia que sofreu muito no passado.
O Brasil e, particularmente a região do SAARA, deve ter sido um oásis para eles… conseguindo conviver bem com os árabes locais, aliás como no Oriente médio de antes das cruzadas quando conviviam pacíficamente na hoje deflagrada região, cristãos , judeus e mulçumanos, conforme nos relatam as histórias do clássico árabe, Mil e Uma Noites.
luiz_d 08.09.06 12:27 …
Acho que qualquer dia desses o Rafael vai pedir o boné e sumir, tantos são as tarefas que estamos delegando para ele.
Também, quem mandou ser eficiente?
[email protected] 08.09.06 12:28 …
Parabéns, André, mais uma vez vc relatou uma parte a história dos judeus com detalhes e exactidão, pois esta história toca diretamente a mim que sou judeu e frequentei o CIB nos meados dos anos 70, na Barata Ribeiro quando o ginásio e a piscina foram construídos.
Rafael Netto 08.09.06 16:59 …
Aquele prédio da N.S.Copacabana 680, que dá fundos para o CIB, também tem a ver com essa migração dos judeus para Copacabana? O Consulado de Israel funciona na cobertura.
A sinagoga da Henrique Valadares é bela, ao menos por fora. Pena que os templos judaicos não sejam “visitáveis” como os católicos.
Além dela, eu só conheço outras duas sinagogas no Rio, a de Copacabana e a da General Severiano, ambas modernas.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
andredecourt 08.09.06 17:18 …
Não sei Rafael, acho que o consulado se aproveitava de uma posição central perante a comunidade judaica.
O consulado de Israel foi desativado no Rio ano passado, o que prova o esvaziamento de nossa cidade.
JBAN 08.09.06 17:56 …
A Sinagoga da Henrique Valadares é mesmo bela..
Do jeito que falam de eavaziamento, acho que a cidade já está vazia.
Na minha opiniao o fundo do poco já passou… Vejo um renascimento na cidade. O que está matando é a violencia e o caos urbano
Rafael Netto 09.09.06 08:01 …
Não sabia que o Consulado tinha sido desativado.
Já que tocaram no assunto “comunidade judaica” é bom lembrar que alguns de seus membros mais importantes é que são os responsáveis por grande parte da destruição que lamentamos nos fotologs.
Eu tenho a impressão que os judeus têm um compromisso muito maior com a história de seu povo do que com a do lugar onde vivem, talvez por isso não se importem tanto em demolir locais que para os “verdadeiros cariocas” são sagrados…
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
bebopcowboy 09.09.06 15:50 …
estas fotos son simplemente mágicas
mauro 10.09.06 06:37 …
basta ver o q eles fazem com o LIBANO…e a PALESTINA
eltbr 11.09.06 08:03 …
One of the Most Viewed All Time 😀
Lefla 12.09.06 00:26 …
É mauro, veja só o que fazem os árabes em seus próprios países… Isso é fogo de discutir, é o roto falando do esfarrapado. Sendo que Israel é menos roto do que os esfarrapados dos tiranos islamitas. Pelo menos parece.

5 comentários em “Centro Israelita Bené Herzl, rua Conselheiro Josino 14”

  1. Para nós, judeus, o importante é a espiritualidade e a alma, não importa aonde rezamos, pode ser em casa, debaixo da árvore, não precisamos de igrejas suntuosas nem históricas. O brasileiro é um povinho crédulo, adora criar igrejas e colocar picaretas como líderes, povo ignorante e primitivo.O país sempre foi um lixo, parece um território ocupado, e o brasileiro se mata desde sempre, além de matar os nativos.Nada se preserva aqui, e não tem nada a ver com a pequena comunidade judaica que veio parar aqui nessa Banânia desgraçada, suja e violenta, e cheia de antissemitas invejosos e racistas.

    1. Realmente você deseducada e ingrata com o país e a cidade que acolheu seus ascendentes. Ficou feio tanta injúria, esse massacre gratuito que você vociferou contra os habitantes da cidade como um todo.

  2. André, primeiramente parabéns por registrar uma parte importante da memória dos judeus do Rio de Janeiro. Frequentei essa sinagoga e gostaria de acrescentar o seguinte:
    1) a sinagoga Bene Hertz era frequentada, majoritariamente, pelos judeus de origem turca. Essa comunidade mantinha o CIB ( que você citou) e o Lar dos Velhos, em Ipanema.
    No final da década de 60, não sei precisar o motivo, essa comunidade resolveu construir o Templo Beth-El, na lateral do CIB. Portanto, o CIB é bem anterior à construção da sinagoga que fica ao seu lado. Para finalizar, ressalto que essa comunidade fez questão de construir uma obra extremamente moderna, bonita que serve até os dias atuais.

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