Infelizmente fotos aéreas de antes do início do sec. XX não são possíveis, então nos limitaremos a década de 10 e ao início da década de 70 em apenas duas fotos, mas que irão mostrar toda a destruição ambiental que a região sofreu.
A Ponta do Caju, segundo consta nos livros de história de nossa cidade era, um daqueles locais paradisíacos que existiam dentro da baía e que o progresso destruiu.
Nesse lugar foi erquida a casa de banhos real, para que D. João VI se banhasse em águas límpidas, calmas e de preferência abrigadas da curiosidade popular, que certamente aconteceria caso o monarca escolhece alguma das praias mais próximas ao centro urbano.
Mas com a aurora do sec. XX e a necessidade de a cidade tirar de sua área urbana próxima, serviços que não eram salubres ou desejáveis, a região da Ponta do Cajú por sua proximidade e posição dentro da baía foi escolhida. Cemitério, arsenal de guerra, depósitos, atividades portuárias inclusive envolvendo a lama decantada da City, aterro sanitário eram atividades que foram sendo deslocadas para o local.
Posteriormente as ampliações do porto, a indústria da construção naval e finalmente a construção da Ponte mudaram completamente a geografia do local, destruíndo as belezas locais e transformando o Cajú em algo que lembre sujeira e morte.
Para efeito de comparação das mudanças físicas do litoral peço para que guardem na memória o maior prédio da foto, mostrado à esquerda em estilo industrial.
Comments (17)
D.João VI já começou poluindo o local com suas “perebas” … o banho de mar era uma recomendação médica para tentar curar uma ferida renitente que havia em sua perna e da qual ele nunca se curou.
🙂
Quem a vê hoje não imagina que possa ter sido paradisíaca…
André, boa tarde.
A foto de hoje suscita algumas dúvidas,provavelmente porque a região toda sofreu muitas modificações.
O aterro retangular era do cais do porto? Se for, é estranho,pois não possui guindastes, e o chão parece estar coberto de vegetação.
A chamada casa de banhos de D.João VI,atualmente um museu da COMLURB,era mesmo utilizada para este fim? Já ouvi várias versões a respeito,alguns dizem que ele tomava banho na praia mesmo,e dentro de um barril,e a casa seria apenas para trocar de roupa.Outros dizem que nem isso,a casa apenas existia por volta de 1808,e,sendo contemporânea,teria ficado com a fama. O próprio motivo da recomendação de tomar banho (feridas, sarna adquirida na viagem de Portugal,doenças venéreas…)varia de acordo com a versão.
Há algum indício documental,ou é apenas história popular?
Não me situei ainda… cadê o cemitério?
Essa foto é da década de 1910? Já parece bastante degradado e industrializado.
O que seria esse conjunto de construções que domina a foto do lado direito, ocupando um aterro de forma regular?
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
Waldenir, a região ainda estava em mutação, o porto ainda nõa tinha chegado aí, só chegaria décadas mais tarde e destruíria a enseada que vemos a esquerda.
D. João VI, dizem as más linguas tomava banho de mar em um grande ofurô, mas essa versão não é 100%, a casa já existia sim, mas foi praticamente reconstruída, ela era usada não só para a troca de roupas, mas como para servir refeições, afinal o velho monarca era bom de garfo. A doença segundo li em mais versões era um ferida, causada por uma picada de inseto numa das andanças pela floresta da Tijuca, que não cicatrizava, aparentemente virou erizipela
Rafael, o cemitério não fica muito nítido nessa resolução, mas está lá, mas não do tamanho de hoje.
Essas contruções e esse aterro persistem na foto dos anos 70, mas curiosamente em outro lugar, pois os outros aterros mudaram completamente a noção de perspectiva da região, é impressionante
As últimas mensagens me fazem crer que a enseada à esquerda foi ocupada pelo porto e por toda aquela região do Km1 da Av. Brasil, a rua que beira o mar fazendo a curva seria a Monsenhor Manuel Gomes, e o cemitério está quase no meio da foto, em frente de uma grande estrutura que parece ser um grande trapiche ou um começo de aterro.
Tem uma rua bem nítida e reta no canto superior direito, que desconfio que seja a Pref. Olímpio de Melo, que atualmente se “emenda” na Av. Brasil junto à UFE.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
Gosto muito do seu flog. As fotos do Rio Antigo me encantam assim com sua história.
Absurdo o desrrespeito à geografica, ecossistemas, etc a favor de uma geometria de projeto da prancheta de algum insensível.
Até alguém imaginar que o “progresso” prejudicava esse tal de ecossistema… só na próxima foto!
Cara… tem uns barraquinhos na ponta direita do aterrro…
E ajudem-me, pois apesar de ser aspirante a Geógrafa, nao sei me localizar muito bem…
Que corpo hídrico é aquele no canto superior direito? Não tenho idéia de onde poderia ser atualmente.
Maira, são águas da baía, o local que vc menciona desapareceu com aterros
Não sabia de nada disso!!!
Sem contar na grande usina de reciclagem de lixo, implantada na região há alguns anos.