Solar do Visconde do Rio Sêco

foto de andredecourt em 06/06/06

Solar do Visconde do Rio Sêco

Foi construído nos últimos anos do sec. XVIII pelo Presidente do Senado da Câmara e Juiz de Fora Dr. Antônio Petra de Bittencourt, na esquina do Largo do Rossio, hoje praça Tiradentes, com o Caminho Novo do Conde, hoje rua Visconde do Rio branco.
Em 1812 a grande construção foi vendida ao Visc. do Rio Sêco que o usava como sua residência, com sua morte o palacete foi vendido ao Barão da Taquara, onde perdeu o seu caracter residêncial. Primeiramente o barão o alugou ao Clube Fluminense, que funcionou no prédio até 1876, quando então o prédio foi adquirido pelo governo imperial, passando a abrigar inicialmente a Secretaria de Estado e dos Negócios do Interior e posteriormente ocupado pelo Ministério da Justiça até 1930.
Na noite do golpe de 30 curiosamente começa a decadência do imóvel, com uma saraivada de tiros no retrato de Washington Luiz na galeira de retratos de presidentes, que ficava no salão nobre por algum tenente mais fanático.
Com a saída do Ministério da Justiça para o Monroe, o prédio abrigou o Departamento de Transito do DF iniciando a sua decadência, com a ida da Capital para Brasília o prédio foi passado para o Estado da Guanabara, e depois da fusão para o Estado do Rio de Janeiro.
O Estado do Rio foi muito duro com o centenário prédio, ele foi sede do DETRAN por muitos anos, que o exauriu até o estado calamidade e interdição. Nos anos 90 tentou-se reformar o imóvel, mas o imóvel permanecia do Estado, mas dentro havia um equipamento que tinha sido estadual e agora era municipal, um velho “computador” holandes da marca Philips que controlava os sinais de transito de toda a região central da cidade, apesar de estar completamente obsoleto e não possuir mais peças de reposição.
Com o prédio se arruínando continuou o jogo de empurra entre Estado e Município, até que o Estado passou a propriedade do imóvel para a cidade.
O velho prédio, certamente o mais antigo de toda a praça Tiradentes, com uma curiosa porta para dar passagens à liteiras e cadeirinhas, agoniza, escorado por andaimes aguardando algum destino. Pois vários já lhe foram dados mas nunca entregues, desde ser centro cultural à museu da coleção Fadel nada aconteceu, apesar do prédio estar incluído no Projeto Monumenta.
Na época desta foto o prédio abrigava o Ministério da Justiça.
Foto da Coleção de Francisco Patrício

Comments (24)

Waldenir disse em 06/06/06 09:17 …
André,bom dia.
Eu passo freqüentemente por esse prédio,para observar os detalhes neoclássicos da fachada,atualmente ocultos pelos tapumes e andaimes de uma obra que nunca termina ( ou sequer começa de fato).
Mas não havia reparado na tal porta para liteiras,de qual lado fica?
A última notícia que eu tive foi que o Solar estava sendo preparado para abrigar o Museu Histórico da Cidade,atualmente na Gávea,e bastante escondido.Realmente,a localização seria bem melhor.Também chegaram a dizer que seria instalado nas Casas Casadas,em Laranjeiras.
toty maya disse em 06/06/06 10:01 …
Interessante quando dados se cruzam.Tenho correspondência (1897)do tio bisavô do meu marido(Ernesto Ascoli -dentista -gonçalves dias 66-almanak laemmert} contando a um sobrinho sobre um baile a fantasia onde ele iria ,na casa do Barão da Taquara.Acredito que a casa deve ser essa .Incrível a foto.
Derani disse em 06/06/06 10:34 …
Os barões estavam mesmo bem localizados.. Nessa época aí acontecia tudo, desde os espetáculos teatrais aos políticos… Teatro São Pedro, Campo da Aclamação, Estrada de Ferro P.II, tudo pertinho!
Duvido agora qualquer autoridade morar tão perto do povo..
Wagner Bahia disse em 06/06/06 11:01 …
A foto é de uma nitidez impressionante. Muito boa, mesmo.
AG disse em 06/06/06 12:07 …
Aí por volta dos anos 80 tive que entrar nesse prédio por força de uma reunião de trabalho.
Meu velho e saudoso amigo (quase pai) Caio Domingues havia me dado a dica da história do prédio. Quando entrei e o vi por dentro, quase dobrei os joelhos e fui à lona. Era de dar pena. Parecia uma casa de cômodos; uma cabeça de porco.
Não sei como está hoje mas, com certeza, melhor não está.
Em compensação vamos ter o Pan Americano, quase tivemos o Museu Guggenheim; temos o “cabeção” do ditador na Glória, e, dizem, vamos ter o “cabeção” do Brizola.
Só o que não vamos ter é vergonha na cara desses políticos.
Alíás, seria uma boa idéia os políticos montarem um circo e fazerem seus espetáculos lá e deixaremm a administração das cidades e do país para gente honesta e competente. O dia que o povo estivesse com saudade das palhaçadas dos políticos comprava ingresso e ia lá. Como num circo, num jardim zológico, entende ?
Lefla disse em 06/06/06 12:19 …
O Museu Histórico da Cidade iria para lá, já que hoje está no Parque da Cidade, numa casa que foi dos Guinle, hoje cercada de favelas e de bandidos. Acontecerá com aquela casa o que aconteceu com o Solar do Rio Seco. Como diz o AG, em compensação teremos o Pan, os cabeções, as praças sobre trilhos.
Lefla disse em 06/06/06 12:37 …
Leilão dias 7, 8 e 9 na Livraria Babel. Vou estar lá. Vamos? veja o catálogo no site.
Lefla disse em 06/06/06 12:37 …
desculpe: www.babellivros.com.br
abs
luiz_d disse em 06/06/06 12:56 …
Há itens interessantes no leilão da Babel. A própria, ali perto da Praça da Bandeira, é uma festa para quem gosta do Rio antigo. Vale uma visita (mas é bom saber o nº do livro procurado, disponível nos catálogos na Internet).
Quanto ao prédio, fizeram “terra arrasada”!
apinnola disse em 06/06/06 13:12 …
Adoro esse solar..lembro ainda da fachada antes da reforma que começou e nunca acaba…
edubt disse em 06/06/06 13:25 …
Qq dia desaba, pega fogo, acaba…
jban disse em 06/06/06 13:28 …
A Idéia do AG é ótima. POderíamos transformar Brasília em parque temático. Quem quisesse participar da pantomima dos políticos e ver como é a vida dos ladrões e corruptos, bastaria comprar um pacote, com direito a futebol na granja do torto e discurso em português arrevesado.
A Capital voltaria a ser no Rio de Janeiro.
andredecourt disse em 06/06/06 13:32 …
Que dia você vai Lefla, dia 9 terei compromisso !!
andredecourt disse em 06/06/06 13:37 …
Waldenir, a porta para liteiras ou cadeirinhas fica na parte que fica virada para a praça Tiradentes, se não me engano quase no final do prédio, não sei se está visível com os andaimes e tapumes
Lefla disse em 06/06/06 14:05 …
vou amanhã, devo chegar por volta de 5 horas. Os outros dias ainda não pude ler o catálogo, mas no sábado irei com certeza.
andredecourt disse em 06/06/06 14:14 …
Vou te ligar…se a minha gripe melhorar…lógico
Evelyn disse em 06/06/06 15:20 …
passei ai quinta feira,qdo fui levar uma boneca beijoca antiga que nao esta beijando no ” AO FAZ TUDO”;realmente tem mais andaime e tapumes q solar…
ANDRE, recebeu o email?
andredecourt disse em 06/06/06 15:30 …
Evelyn, não recebi não, tive uns problemas essa semana com o servidor de email’s, me mandaste quando ???
Evelyn disse em 06/06/06 15:52 …
Poxa, enviei ontem p/ hoje tipo meia noite e tal…vou enviar outro entao, estranho isso pq ano retornou…
E o homem do metrÔ vc ja procurou noticias no Souza Aguiar? rs
Evelyn disse em 06/06/06 16:00 …
enviadooooooo!!!!!
acacion disse em 06/06/06 18:48 …
Verdadeiramente interessante!
Keila disse em 07/06/06 00:33 …
Esse prédio era tão bonito!
Morro de medo de passar perto dele. Credo!
Quando desabar é que vão tomar alguma providência.
expofoto_06 disse em 07/06/06 00:48 …
andre, excelente flog, pase por casualidad y me gusto mucho.
felicitaciones.
espero pases por el mio y me hagas un comentario.
saludos.
claudio
bs.as.
argentina
igor disse em 08/06/06 02:43 …
vejo as descrições das trajetórias tanto de prédios quanto de ruas ou bairros, e até mesmo da própria cidade do rio de janeiro, e é impressionante (e até revoltante) como, de uma maneira ou de outra, a decadência vem com a transferência da capital…
a propósito, passar em frente a esse prédio é sentir medo (dele cair a qualquer momento!) e tristeza ao mesmo tempo…