Nessa foto tirada do topo da estação das Barcas podemos ver o urbanismo da praça XV logo após ao período Passos.
Em primeiro plano vemos no meio do largo o banheiro público, já postado aqui com detalhes ( http://www.rioquepassou.com.br/2004/11/13/ ) no fundo o belo prédio neo-clássico do ministério da Agricultura e Viação, também já objeto de um post ( http://www.rioquepassou.com.br/2003/11/29/ ) e demolido nos anos 40 para a construção de um prédio decô anexo do palácio Tiradentes, que foi demolido nos anos 70 para a construção do tijolão de vidro e granito que está ali destoando do resto da ambiência.
À direita do prédio no ministério vemos o Paço Imperial, com sua fachada oitocentista, que possuia ao contrário de hoje, estruturas de cantaria encimadas por compoteiras escondendo os telhados dos pavimentos mais baixos, em 1928 ele seria novamente reformado, ganhando uma ridícula fachada neo-colonial, retirada no restauro dos anos 80 onde voltou a ter a tipologia muito próxima de seus tempos coloniais.
Na frente do Paço, nos jardins, temos um coreto, tão em voga na época. Ao fundo vemos as igrejas que permanecem até hoje no local, embora a velha Catedral ainda não tinha ganho a sua nova torre, a mesma que ano passado quase desabou por falta de manutenção.
No extremo direito da foto ainda vemos o casario dos Telles de Menezes ainda intacto, inclusive com o prédio do Hotel de France na esquina da praça com a rua Primeiro de Março, vemos também bem no corte da foto o chafariz de Mestre Valentin.
Comments (23)
André, em 1928 o Paço ganhou foi um terceiro andar em toda a sua volta. Foi feito também um prédio no pátio central, não sei se na mesma época. Tudo foi abaixo na restauração dos anos 80, que eu acho foi a primeira iniciativa do tipo no Rio (talvez no Brasil). Foi aí que começaram a transformar antigos palácios em centros culturais (em vez de demoli-los).
Não precisa nem dizer o que se veria nessa foto se fosse tirada hoje em dia…. com certeza o Paço não apareceria…
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
muito bom
Isso é que era urbanismo… harmonia total de formas e proporções. A cidade na dimensão humana , muito melhor de se viver.
A ambiência neoclássica tão em voga nas compoteiras destoa das ridículas cantarias oitocentistas encimadas pelas tipologias coloniais.
Foto sensacional, acompanhada de texto arquitetural!
É uma coisa que de vez em quando eu repito… já não é de hoje que se destrói o “antigo” em prol do “novo” e na época de Passos (na verdade um pouco antes disso), a ordem do dia era “bota abaixo” tudo que era colonial pra colocar o eclético parisiense no lugar. Quando não botava abaixo, maquiava pra parecer moderno.
Tem um sobrado no Saara que é nitidamente colonial, mas enfeitado com perfumarias ecléticas. Fica numa esquina, acho que na Regente Feijó com Alfândega, está pintado de azul e tem uma parede meio torta…
E eu desconfio que muitos dos sobrados supostamente ecléticos e neoclássicos do Centro na verdade são coloniais reformados.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
Explêndida a foto. Texto muito bom.
E a estátua do Osório está coberta pelas árvores, diante das igrejas.
Mas o que será aquela “torre” feita aparentemente de andaimes,que aparece no horizonte, mais ou menos acima do Paço?
Waldenir, parece ser um andaime de construção lá pelos lados da Rio Branco, mas a textura da foto não permite ter uma boa visão dali
Rafael, o negócio é que colonial ainda dá para transformar ou maquiar em neo-classico. O duro são esses prédios “caixote” a partir dos anos 40 que só dá para transformar em escombros…
Derani, ainda fazem isso!
Conseguiram transformar o Hotel Guanabara na Av. Presidente Vargas, um prédio dos anos 40 que até era bonito comparado com o que havia em volta, em um caixotão espelhado pós-moderno!
Não muito longe dali o Ed. Generali, na Rio Branco, em fumê, tem toda pinta de anos 70, mas segundo aprendi nos fotologs, é um prédio decô dos anos 30 reformado. O espaçamento das janelas confirma isso.
Mas parece que a “moda” agora é reformar apenas por dentro, preservando a aparência externa, como estão fazendo na Cinelândia. Menos mal. Mas nunca entrei num prédio desses pra ver se a decoração e materiais do interior foram preservados ou se o visual é de “século XXI”.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
Será que os andaimes ao longe seriam a construção do prédio do JB???
Rafael, eu pensei nisso, mas acho os andaimes tão pequenos para o tamanho do prédio
Esta região do Centro poderia ter este mesmo traçado até hoje!
Minha paixão pela história do Rio começou quando entrei pela primeira vez no pátio interno do Paço Imperial.E vi cavaleiros passando com tochas nas mãos vestidos com seus uniformes da guarda imperial, chegando de mais uma patrulha. Também vi Pedro I na janela dizendo ao povo que ficava, bem como a Princesa Isabel, a primeira e única mulher a governar o Brasil, assinar a Lei Áurea.
Aprendi então que um prédio antigo é bem mais que um amontoado de pedras e tijolos, mas têm alma e seus espíritos e para vê-los basta querer.
Que linda fotografia, parabéns André.
o minist da agricultura e viaçao nao seria hj aquele estacionamento proximo ao museu hist nacional?ou estou fazendo confusao?
Eu me calo e aprendo.
Oi, ANDRÉ!!! Mto engraçado te chamar assim MAS o seu trabalho está digno do CARIOCA ANDRÉ DECOURT! P….
Aqui de Singapura, vendo esse Rio, que com tudo que fazem e não fazem e precisava ser feito, contiunua monumentalmente….LINDO!!!! BJO grande.
Ivete
Não Evelyn, o estacionamento que vc menciona já teve um ministério da Agricultura sim, mas era uma construção de depois de 1922, demolida no governo Geisel junto com o Pal Monroe
Impressiona ver como regredimos nos padrões civilizatórios: há cem anos, quem diriam, havia um banheiro público na pça. XV; hoje, a pça. XV é um banheiro público…
Peguei seu comentário sobre São Paulo lá no Luiz… as valetas nos cruzamentos são uma coisa que eu reparo desde que ia lá quando criança, mas acho que têm uma razão de ser. Elas só são colocadas nas ladeiras, para que a água que vem descendo a ladeira não se espalhe no cruzamento, em vez disso atravesse para o outro lado.
Claro que isso poderia ser resolvido de forma mais civilizada com uma rede de águas pluviais superdimensionada e algumas filas de ralos, como se usa em alguns lugares do Rio…
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
🙂
Gê como sempre numa nice!
:))))
Bjócas e bom domingo!
De