A foto é ótima e mostra seu avô Antônio França Quaresma, na esquina da praça do Vigia com a Av. Atlântica, no Leme, em foto tirada no 25 de Janeiro de 1932. A fantasia do garoto não podia ser mais adequada, vestido de soldado, ele está defronte ao forte Duque de Caxias, embora essa calçada seja do bar da Brahma.
Ao fundo vemos a Av. Atlântica ainda com a tipologia dada pela reforma de 1919, o poste com 3 globos no meio da rua, e um pequeno canteiro central separando a Av. da rua de contorno da praça, onde o bonde fazia a volta depois de percorrer o bairro do Leme vindo pela rua Gustavo Sampaio.
A criança na foto era nada mais nada menos que neta de um importante personagem de nossa cidade, Antônio Ribeiro França, o “França” da Confeitaria Colombo nas primeiras décadas do sec. XX e personagem de um post do flog em Janeiro do ano passado (http://ubbibr.fotolog.com/andredecourt/?pid=9664501 ).
A praça do Vigia é hoje a praça Alm. Júlio de Noronha.
Comments (21)
Do fundo do baú!
Além da análise histórica, a foto é simplesmente encantadora!
Meio cabeçudo este neto da Confeitaria Colombo.
Soldado naquela época usava shortinho assim apertadinho?
:-))
Hoje em dia de acordo com as ideias vigentes do politiocamente correto, esse menino carregando um terrivel fuzil de espoleta deve ter virado um marginal.
Alais eu tb virei um bandido perigosissimo, pois brinquei muito com revolveres de espoleta da Estrela, pistolas Luger de plastico vermelho que ativaram setas com ventosas, arco e flecha tb da Estrela… Portnato não cheguem pereto de mim pq os brinquedos supracitados criaram em mim uma mente doentia e assassina.
Andresíssima figura,
a foto é ótima, o garoto é bonitinho, o França e a Colombo são fantásticos, a pose do menino é engraçada.
Mas tem uma coisa que essa foto me recorda que, já comentei aqui, e não me passa pelo gogó.
É que hoje, lá ao fundo, existe uma estátua de nada mais nada menos que do Humberto de Alencar Castello Preto, digo, Branco.
E eu pergunto. Pode uma coisa dessas ?
Trata-se de uma homenagem ao iniciador dos anos de chumbo deste país, a época de maior retrocesso político, científico e artístico da nação brasileira.
A título de que, pergunto eu, botaram a estádua (e deixam ficar) de um ditador como esse ?
Terá sido outra brilhante idéia do nosso “perfeito maluquinho” ? Falo perfeito de perfeição em ser maluco. Já não basta aquele mamarracho do Getúlio ali na Glória ? Se bem que, ditador por ditador, o caudilho gaúcho, pelo menos, era mais folclórico. Mas também mandou matar muita gente nos subterrâneos da polícia na Rua da Relação (ou seria Ralação ?)
Portanto fica aqui, mais uma vez, o meu insignificante mas veemente protesto.
Abaixo a estátua do ditador !!!!
Vamos arracá-la dali como os Iraquianos fizeram com a do Sadam.
Cidadãos !!!!! Picaretas em mãos !!!!! Abaixo o bronze do entulho ditatorial !!!!!
Isso não era nada, eu tinha terríveis armas laser com perigosas luses e barulhos irritantes, tenho até medo de virar alvo da guerra contra as armas de destruição…
Devo confessar que hoje também devo ser um adulto perigosíssimo, pois além das pistolas e espingardas de espoleta, ainda tinha um arco-e-flecha e um tanque de guerra da Trol !!
Estive aí no domingo!!!
Parece que o marco do alargamento da avenida ainda não tinha sido mudado para o Leme. O lugar onde ele está hoje fica exatamente no eixo da antiga avenida, e provavelmente era onde ela começava.
Estou achando estranha a posição do muro do forte lá atrás… a impressão que dá é que essa avenida estaria no mesmo lugar da que existe hoje. Nunca vi uma foto da extremidade do Leme antes do alargamento (só aquelas antiquíssimas, tiradas na direção de Copacabana, não do morro).
Decourt, você tem alguma explicação para o fato da numeração da Atlântica começar em 270? Mesmo que se conte desde o muro do forte, não daria isso tudo.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
Rafael, nunca reparei na numeração da Av. Atlântica…estranho isso…antigamente ela começava no sentido oposto na Igrejinha.
O marco ainda não está no final do Leme ele só foi para lá em 1936, mas essa sua impressão está equivocada, tenho uma foto tirada do topo do morro do Leme nos anos 60, que mostra a antiga avenida bem recuada, não sei se eu já postei ….
Pelo arrasamento da estatua do Castelo e pelo re-erguimento do morro do Castelo!
Seu André!
Que legal que ficou a foto! O texto, como sempre, é ótimo: contextualiza a foto, a história, a cidade…
Ficou muito legal mesmo.
🙂
A propósito faço coro com o pessoal que quer limpar daquele lugar as referencias aos facinoras-milicos. Esses ex-presidentes-posseiros tem que ser execrados não homenageados.
Seu André!
Que legal que ficou a foto! O texto, como sempre, é ótimo: contextualiza a foto, a história, a cidade…
Ficou muito legal mesmo.
🙂
A propósito faço coro com o pessoal que quer limpar daquele lugar as referencias aos facinoras-milicos. Esses ex-presidentes-posseiros tem que ser execrados não homenageados.
Epa!!! Só agora vi o comentário do AG e o ligeiro tremor de terra que ele causou…
Eu também tinha reparado na estátua do Castello quando estive lá no Leme. Me veio a mesma coisa na cabeça. Mas sou contra a “cassação de homenagens” a essas personalidades, digamos, indesejáveis. Isso cheira a revisionismo, como se fazia na URSS de Stalin, onde se apagavam os “indesejáveis” das fotografias oficiais. Temos uma história e devemos conviver com ela.
O que eu não concordo é em homenagear os “indesejáveis” depois que seu tempo já passou, como seria hoje erguer uma estátua do Médici…
Não entendo é o que o AG quis dizer com “retrocesso político, científico e artístico”. Retrocesso político com certeza, mas científico e artístico de forma nenhuma!!! Uma das poucas virtudes dos militares foi investir em ciência e tecnologia, e a repressão inspirou algumas das obras mais belas e profundas da música brasileira. Fico imaginando se Caetano, Gil, Chico e outros teriam a reputação que têm hoje se não tivessem sua criatividade “espremida” pela ditadura.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
A mensagem de Rafael Netto foi um sopro de luz no meio de tanto ranço ultrapassado. Parabéns por sua lucidez!
Não vejo sua manifestação em hipótese nenhuma como “sopro de luz”. e ranço é um nome que os concervadores adoram usar, pois convivem com ele todo o tempo em seus mais íntimos impulsos…
Eu não vejo motivo para manter homenagens de mau gosto, de ditadores sanguinários. Não há nada para se elogiar desse corja. E essa história de que a dita-dura inspirou a produção artistica é de um absurdo sem tamanho. Pergunte aos torturados, exilados, perseguidos, censurados o que eles pensam disso… Com certeza a ditadura apenas empobreceu a mnifestação artística que poderia ter surgido e foi tolida sob botina, tiro e choque elétrico.
Rafael,
Não vejo sua manifestação em hipótese nenhuma como “sopro de luz”. e ranço é um nome que os concervadores adoram usar, pois convivem com ele todo o tempo em seus mais íntimos impulsos…
Eu não vejo motivo para manter homenagens de mau gosto, de ditadores sanguinários. Não há nada para se elogiar desse corja. E essa história de que a dita-dura inspirou a produção artistica é de um absurdo sem tamanho. Pergunte aos torturados, exilados, perseguidos, censurados o que eles pensam disso… Com certeza a ditadura apenas empobreceu a mnifestação artística que poderia ter surgido e foi tolida sob botina, tiro e choque elétrico.
a foto é do meu avô,
não o conheci direito, ele faleceu dois meses depois que eu nasci, é muito bom ve-lo aqui.
agradecimentos ao dono do fotolog pela homenagem.