A foto foi tirada logo após a conclusão de grande parte das obras de duplicação da Av. Atlântica em 1919, falltando ainda detalhes como a colocação da calçada de pedras portuguesas, bem como a retirada dos antigos postes de iluminação pública junto aos prédios.
Nesse fragmento podemos ver com detalhes as construções, da rua Djalma Ulrich, até a esquina da rua Santa Clara.
Os pinheiros que vemos em primeiro plano são da famosa “casa do vaticano”, que parece ter uma maldição, pois não aparece em nenhuma foto do Rio Antigo, só pararecendo quando já em ruínas nos anos 60, esses pinheiros permaneceram até os anos 70, quando foram cortados pela defesa civil pois estavam quase caindo.
Hoje nesse lugar, temos um dos lugares mais sórdidos de Copacabana a boite Help, que junto com o hotel Othon fazem os quarteis generais do “Baixo Amazonas”.
Ao fundo podemos ver com destaque o prédio do hotel Londres e a torre do castelo da família Smith de Vasconcellos, no canto direito da foto vemos a casa na esquina da rua Santa Clara, onde poucos anos depois subiria o Ed. Petrópolis.
Peço para repararem nos tipos humanos que circulam pela quase deserta avenida onde passa somente um carro, um vendedor, quase junto ao canteiro central, com um tabuleiro na cabeça e na calçada duas pessoas conversam, um deles é um calçateiro, pois está com as “massas” que são usadas para compactar as pedras portuguesas.
Mais ao fundo um pequeno grupo de pessoas aprecia o mar sentadas na beira da calçada.
Foto- Malta
Coleção de Francisco Patrício
Comments (42)
Uma foto preciosa!
Época áurea da Avenida Atlântica.Fico só imaginando os almoços na casa de meu tio, com a família e os intelectuais da época, na esquina da Figueiredo Magalhães. O Gilberto Amado tem uma crônica fantástica descrevendo o que eram estas reuniões.
http://fotolog.terra.com.br/luizd
O mais incrível é que NENHUMA das construções da foto sobreviveu até os dias atuais. Acho que as últimas devem ter caído há mais de 30 anos.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
Que maravilha de foto, André !! a altura das casas muda toda a dimensão e escala. A paisagem domina a cena. É lindo !
Imagina olhar para cima na Praia de Copacabana e ver os morros cercando toda a paisagem… imagina isso ! Fantástico.
Hoje só temos vista se subimos em um morro ou prédio alto, mas a escala é outra.
Que lugar legal este :-))))
Voce tinha que ter um Photoshop ou coisa que o valha. Esta foto ficaria 100 vezes caso ela recebesse um tratamentozinho light, sem estragar sua originalidade.
A casa do Vaticano era objeto das nossas maiores especulações colegiais. O muro alto, não se conseguia ver nada. Era assombrada e tinha uma velha que morava lá e só saía depois de meia-noite, para caçar gatos. Outra lenda dizia que havia um cemitério dentro, onde a família enterrava os seus. Ficou muito decadente, virou um antro antes de ser vendida ao outro antro. O outro antro tb é assombrado, mas por prostitutas medonhas, feias feito Pombagiras Danadas, impossíveis de namorar, como queria o Manuel Bandeira…
Minha avó morava na época dessa foto numa casa na Djalma Ulrich, onde hoje é um Edifício Comercial, em frente a um pé-sujo, quase esquina de N.Sra. Tenho fotos, vou tentar escanear e te mandar.
…ficaria 100 vezes MELHOR…é claro.
Lefla, não foi vendida, foi alugada, ouse seja o papa aluga há mais de 20 anos um imóvel para uma casa de encontros furtivos…hehehe
Ainda há uma cláusula que a estrutura básica da casa não pode ser demolida, ou seja ela está lá por dentro, se passarmos pela Djalma, podemos der uma parede da casa, com as sancas e tudo saindo para fora da construção nova….metaforicamente parece até abdução de estruturas..sinistro…
Muito louca essa Copacabana de arquitetura eclética, com várias torres e os postes cheios de curvas algo art noveau… Iss, mais os cumes do pinheiros – tudo a beira mar, num lugar meio deserto… Parece um daqueles balneários uruguaios frios e decadentes.
A elite brasileira sempre foi muito estranha…
André, essa história é esquisitíssima… Por que é que não pode demolir a estrutura básica, é tombamento? Será que não tem gente emparedada na estrutura da casa? Presa lá pela velha??
Mas a casa é do Vaticano mesmo? Eu sempre achei que isso era lenda tb…
essa história da “abdução da estrutura” deve ter sido mais ou menos o que aconteceu com o recém-demolido Ballroom, antigo Oba-Oba. Acho que as paredes externas ainda eram originais, ou pelo menos estavam no lugar delas, e na entrada ainda havia a escada de mármore e o piso original da varandinha.
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Essa é minha áraea… brinquei muito no calçadão defronte á casa dop vaticano. Me lembro bem dela, com sua escadaria curva e as colunas na varanda. O calçadão era sossegado, assim como o calçadão da quadra da Djalma com Almte Gonçalves. Veio a Help, antro de prostituição até infantil, trafico de drogas, lugar onde a mais ralé da especie humana se encontra por milimetro quadrado estragar o sossego que era aqui. Depoios veio a lanchonete Bob’s na esquina contraria, onde outrora foi uma revenda da Dodge Dart e depois uma loja da VASP, reunir o mesmo lixo humano da Help. Pra terminar aquela horrenda feira de artesanato no canteiro central. Tudo isso acabou com essa redondeza. Quantas vezes ja imaginei um homem bomba de Bagdad com a cintura coalhada de explosivos visitando essa área no horario de pico.
Hj estou de péssimo humor.
Já falei isso aqui mas vou repetir.
Quando o velho Rubem Braga num daqueles dias de mal humor, que para ele eram seguidos e invariáveis, escreveu a famosa crônica “Ai de Ti Copacabana” criou imediatamente a anti-crônica imaginária “Ai de Nós Copacabana”.
O nosso Sr. Tutu, figura (normalmente) tão pacata e equilibrada, não conseguiu reprimir seus instintos mais recônditos e selvagens (como o Bob Jefferson pensando em Zé Dirceu) e, discursando como um líder da Al-Fatah, quer que aquela chamada “faixa de gaze e mercuriocromo”, seja detonada por uma penca de homens-bomba disfraçados de turistas argentinos.
E nós ainda nem comentamos aquela estátua do Castelo Branco a nos agredir lá no final da praia do Leme.
Aquele foi o verdadeiro homem-bomba; melhor dizendo, homem bombinha, traque de velha, estalinho de salão.
A Help já é do meu tempo, mas eu não lembro do que havia ali antes.
Afinal, a tal “casa do vaticano” é a Help, o Sobre as Ondas ou ambos?
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Obra relâmpago do Paulo de Frontin realizada em 6 meses. Pena que alguns anos mais tarde uma incrível resssa iria destruir parte da nova avenida …
Baixo Amazonas, que história é essa ?
1919
No dia 22 de junho, pelo prefeito Paulo de Frontin, inauguração do alargamento da Avenida Atlântica, com pista dupla, muralhas de alvenaria de pedra, cortinas de concreto al longo de toda a avenida, e iluminação no canteiro cental. Parte da pedra do Inhangá que ocupava a praida de Copacabana é cortada para extensão da avenida.
Abertura da Avenida Delfim Moreira, ainda com o nome de Avenida Meridional, quando o Leblon ainda era um grande areal.
Alargamento da Avenida Niemeyer.
Inauguração do estádio do Fluminense no bairro das Laranjeiras.
Demilição da Igrejinha de Copacabana para construção do Forte de Copacabana.
Inauguração do Túnel João Ricardo, no centro da cidade
Abertua da Avenida Paulo de Frontin, no Rio Comprido.
Abertura da rua Alcindo Guanabara.
O feirão de artesanato é obra do homem que desmoralizou a honradez, segundo o Millor: o hoje Senador Saturnino Braga. Não é bom esquecer disto, porque o Saturnino pode instalar lá no calçadão central o que nenhum outro conseguiria. Afinal, era um homem do PDT, na época, conseguiu muitas obras para a Tartaruga Touché e para o Jardineiro Descabelado… Hoje não pode fazer nada ali, está tombado. Menos para o feirão do Saturnino.
Não vamos começar com homens-bomba de novo, vamos? Então tá bem, homem-bomba no La Mea Pataca e em todos os demais. Homem-bomba nos grupos de pagodeiros com sorriso esquisito e cara de malandro de caricatura. O ódio que eu dedicava aos mariachis mexicanos, vira simpatia perto dos pagodeiros da Atlântica.
fico imaginando, pegar uma maquina do tempo e trazer uma destas pessoas para o dia de hoje…
acho que quando voltar ao seu tempo correto, ele se mata…
se mata para nao ver o que o paraiso vai se transformar…
agora coloquem nesta cena, uma favela ali atras
caras armados andando de moto,
etc etc
Rafael, a Help está em grande parte no que era os jardins da casa, o sobre as ondas ocupa grande parte da casa
Achava que a Help estava no lugar de uma outra casa antiga… então não tinha nada ali antes de fazerem a boate?
Por acaso, a Help quando foi inaugurada, não era de “alto nível”? Não era “point” como hoje em dia Nuth, Bombar, etc? Ou a prostituição está lá desde o início?
Isso, ela foi de alto nível por pouco mais de um ano, aí foi decaíndo até virar o antro que é hoje.
Durante alguns meses, o Help foi O point!
So’ para eu me localizar melhor: A esquina onde esta’ aquele Fordeco atravessado, e’ a Miguel Lemos ou Xavier da Silveira?
a Help, nao o Help…
Ele está passando pela Xavier
Como as coisas mudam! Passei de carro nessa esquina da Xavier da Silveira com Atlântica, hoje, e me chamou a atenção a placa de inversão de mão do trânsito, até às 10 hrs da manhã… Logo, se fosse nos dias de hoje, o “Fordeco” só estaria ali se fosse depois das 10 horas.
Realmente, André, quase nenhum movimento na Avenida! E olha a despreocupação do cidadão que vemos à esquerda, junto ao pinheiro, andando de costas sem dar a mínima para o trânsito!
Aguardamos o JBAN para identificar o cidadao caminhando despreocupado com o transito e demais transeuntes. 😉
E o OVNI no topo da foto, com um objeto redondo voando pertinho e outro oblongo bem abaixo, dando a impressao de estar pendurado dele por uma corda comprida, alguem arrisca um palpite?
Ah, olhando melhor, acho que e’ um paraquedista saltando de um aviaozinho, o paraquedas esta’ comecando a abrir!
(Para quem nao entendeu, foi brincadeira minha…)
A se notar também a praia quase totalmente ensolarada com poucas sombras projetadas, o que hoje seria impossível fotografando-se à mesma hora e no mesmo ângulo.
O Fordeco obviamente dirigido pelo Jason….
De papo com o calceteiro,o André perguntando detalhes do calçamento e dos postes da área
Sentadinhas na beirada da areia, Tia Lú e Tia Dê fofocam sobre o último meetup realizado no Pavilhão de Regatas da Praia de Botafogo.
Lá em cima é mesmo um pequeno Zepelin de um passageiro, usado pelo Barão AG em seus passeios pela cidade.
é isso.
De novo… A foto é linda. me apaixonei.
O pior que esses pagaodeiros mendigos estão migrando para Ipanema, para a Rua Vinícius de Moraes. Saravá …
Preciosidade de foto! Passei minha infância em Copacabana frequentando o posto 5, mas não me lembro muito das construções da época…
Adorei o seu flog. Posso te add?
Mas vem cá: essa foto não é do zé lobato?
Essa foto não é do Zé Lobato – é minha mesmo! Foi comprada no ano de 2001 em um leilão do Roberto Haddad (ali em Copacabana).
Está de ressaca?
Que máximo essa foto! Tomei a liberdade de dar uma mexidinha no PS e te mandei por mail.
Abs.
A foto da Av. Atlântica é notável! Passeei muito de carro com meus pais por ali no início dos anos 40. Me lembro que havia uma mansão que me disseram ser a rsidência do Assis Chateaubriand, não sei se na Av. Atlântica ou na Av. delfim Moreira. Poderiam me esclarecer essa dúvida? Quem tem uma foto da casa do Chateau?
Valeu
Raul