Vemos o centro nervoso do bairro nos primeiros anos do Sec. XX, aí além de estar a estação da Light, com seu pequeno hotel, já ampliada em relação ao final do sec XIX quando a linha via túnel velho foi aberta ligando o então deserto areal à cidade, temos outros prédios importantes.
Do outro lado da rua vemos dois míticos estabelecimentos, que duraram no bairro mais de 60 anos, o sobrado de apenas um andar era onde funcionava o mítico Café Pernanbuco, ponto de encontro de todas as tribos, e as vezes fonte de queixa dos responsáveis pelas donzelas que alí passavam, ofendidas por “manifestações de bíceps, de elementos desasjustados e de baixos instintos”, o café foi durante anos o ponto de encontro mais velho do bairro, sendo demolido só no início dos anos 60, em seu lugar hoje há a confeitaria Bonnis.
No outro lado da rua do Barroso vemos o prédio de dois andares, onde funcionaram dois estabelecimentos fundamentais para o bairro no térreo o Armazem “Au Bon Marché” e no segundo andar o jornal Beira-Mar, certamente uma continuação do jornal O Copacabana, que circulou no bairro de 1907 a 1910.
O “Au bom Marché” fazia a linha sofisticada dos armazens de Copacabana no início do século, como o Armazem Londres, também entregava em casa em toda a CIL ( Copacabana, Ipanema e Leme) possuindo para isso frota própria e o importante telefonde de número 7-1248.
O prédio do armazem, sobreviveu em estado precário até aos anos 70 quando foi demolido.
Para os que estão estranhando o nome da praça, a Malvino Reis é hoje a praça Serzedelo Correia, prefeito que a urbanizou em 1911, sendo a primeira praça urbanizada após ao túnel Velho.
No lugar da estação de bondes e do hotel da Light, temos hoje o Centro Comercial de Copacabana.
Comments (24)
Ah!!! Acertei o lugar sem ler a legenda!!!
Acho que hoje em dia não existe na Av. Nossa Senhora de Copacabana mais nenhuma construção desse período. Só no alto da Siqueira Campos.
Sobrado de um andar? Eu achava que só merecia o nome “sobrado” quando tem a loja embaixo e o andar em cima, aliás o nome “sobrado” não se aplica especificamente ao andar de cima???
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
Andresíssimo,
realmente fiquei uma meia hora sem entender a Praça Malvino Reis que, para mim, sempre ficou no Grajaú. O Luiz D’ irá lembrar-se, com certeza, do velho 109, ônibus que fazia Malvino Reis – Leblon.
Malvino Reis, para quem não sabe, foi a pedra no sapato do “cavaleiro da esperança” Luiz Carlos Prestes numa das ações do famoso levante de 35. Esse Malvino era secretário de segurança ou chefe de polícia de Pernambuco, não sei bem, mas foi o cara que, na ausência dos principais líderes do estado, tomou as rédeas da situação e entornou o caldo do Prestes.
Agora um detalhe curioso: onde estavam as autoridades ? Resposta: andando de zepelin. Palavra, juro !
Tudo isso está descrito num livrinho chamado O Cavaleiro da Esperança que, se eu procurar bem no velho baú de vovô, certamente acharei. Mas a Kara Karina deve ter um montão deles em casa; podemos pedir a ela um exemplar.
A segunda coisa é a seguinte: não era aí que tinha uma boite gay ?
Estavam capinando a área?!?!
AG, por que o interesse pela boite?? Vc gosta de dançar?
André, esta é a Praça dos Paraíbas, não? Essa praça tem uma belíssima tamareira, uma das poucas do Rio que sobreviveram. Não sei como, pois é mictório de mendigos, mas tá lá, soberana, altíssima e dá tâmaras, que caem e são pisoteadas.
Bê, não entendi os risinhos quando disse que conhece o lugar…
André,
O Centro Comercial de Copacabana está situado na esquina da Av. N.S.Copacabana, com Rua Siqueira Campos, logo, para melhor localização, poderiamos dizer que esta foto foi feita na Siqueira Campos, no sentido do Tunel Velho? Ou não é nada disso?
Ontem postei uma foto antiga de minha cidade, nem tão antiga quanto esta, de 1910, mas igualmente “borrada”. Veja:
http://www.fotolog.com/prfragoso/?pid=13064462
Essa foto foi feita da rua Hilário de Goveia
Ótima foto!
A Milu publicou uma foto de 1950 mostrando o Café Pernambuco.
Por volta de 1930 havia cavalos para as crianças alugarem aí nesta praça.
http://fotolog.terra.com.br/luizd
A rua que aparece na foto é a Av. Nossa Senhora de Copacabana.
A rua que cruza, onde está o prédio da Light e o Café Pernambuco, é a Rua Barroso, atual Siqueira Campos.
O fotógrafo estava na altura da Hilário de Gouveia.
Essa deve ser mais uma daquelas fotos que se for tirar hoje em dia, não vai se ver nada (ou quase) por causa das árvores. Sempre elas…
http://fotolog.terra.com.br
Leflaneur, considerado amigo,
talvez você não tenha acompanhado uma série de fotos do local que suscitou emplogante e instrutivo debate. O cerne da questão era onde seria exatamente a boite gay que um de nossos amigos de bar conhecia com detalhes precisos e exclusivos.
Foi até aventada a possibilidade do nosso companheiro de mesa ter sido gerente da famosa casa de tolerância, perdão, de espetáculos.
Confesso que não me lembro a que conclusão chegamos; ou não chegamos.
Esta semana, não lembro em que fotolog, comparei a velocidade do crescimento de Copacabana no início do século XX com o crescimento da Barra no final do século.
Agora me toquei de uma diferença importantíssima. Copacabana era um deserto que recebeu ruas pavimentadas, serviços públicos e linhas de bonde. Depois as pessoas foram morar lá.
Já na Barra, as pessoas foram morar lá e depois vieram os serviços… Nos anos 80 já havia muita gente morando lá e no entanto as ruas do Jardim Oceânico eram de terra, e não havia ônibus para a Zona Sul.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
Chegando atrasado no bar do seu André….perdi o bate boca das meninas… que pena !
Bela foto. O deserto virou cidade que virou inferno de concreto…
Rafael tem razão. Antes se investia em infra para depois haver a ocupação.
Caramba! Cada visita ao seu flog é uma descoberta. Vou pesquisar mais sobre o “Café Pernambuco” 🙂
Verdade.Concordo plenamente com o meu xará Rafael,a grande diferença entre a ocupação de copacabana e da barra da tijuca é que os serviços básicos d infra estrutura chegaram antes das pessoas,e foram sendo aperfeiçoados com o crescimento demografico do bairro,na barra as pessoas chegaram antes.Uma prova disso é a poluição das lagoas da barra qua ja existe ha 20 anos,sendo alvo do descaso do poder publico,se tornando noticia de jornal somente quando as gigogas(é assim que se escreve??se tiver errado,por favor,alguem me corrige)chegam a zona sul,ou seja,quando chega-se a uma situação limite.Era mais fácil seguir o conselho da vovó,é melhor prevenir que remediar,o custo da implantação da infra estrutura sai mais barato que os reparos provenientes de sua ausência,isso acho que é ponto pacifico entre todos,né?
alias,todos não,se fosse não teria essas plantas por aí,no verão.
1 abraço a todos
e Feliz 2006 atrasado pra todos,antes tarde do que nunca,né??hehehehe
E não esquecer que a Siqueira Campos também teria anos depois o “Café e Bar Pernambuquinho”, entre Edmundo Lins e Siqueira Campos, ao lado do Disco. O sobrado durou até o início dos anos 90, quando foi demolido para dar lugar a um prédio de consultórios médicos.
Será que o Pernambuquinho tinha alguma ligação com o famoso Pernambuco?
Prof. André,
Não sei se é efeito do uísque falso que o JBAN me deu mas eu não consigo entender a foto.
O grande prédio a esquerda da foto é onde hoje está o CCC?
Eu não estou vendo nenhuma rua fazendo esquina com o Pernambuco. Cadê a S.Campos?
Abraços,
Bertoni
http://fotolog.terra.com.br/outromundo
Caro Bertoni a rua está lá, a foto que não é nenhuma maravilha, mas em melhor resolução dá para ver a Siqueira Campos
Linda foto!
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