Semana passada Roberto Tumminelli postou uma foto do que seria a esplanada do Castelo na concepção do chamado Plano 1000, na realidade a esplanada seria uma parte deste plano e um trecho de um sistema viário, projetado ainda nos anos 40, que visava resolver os graves problemas de circulação da então capital da república.
Muitas dessas vias foram realizadas na Guanabara, como o Rebouças, Perimetral, o Dois Irmãos e pistas do Aterro.
Coube ao grande arquiteto Affonso Eduardo Reidy, funcionário da PDF projetar essa nova urbanização, não só para a espalanada, mas para toda a cidade.
O projeto visava acabar com os gargalos do transito e facilitar através de túneis e vias expressas o deslocamento ponto a ponto na cidade, e principalmente tirando do Centro o tráfego de passagem.
Vemos aqui a planta da Av. Norte Sul, ainda no ano de 1948, à extrema esquerda da foto temos individualizados, o Largo do Machado, a rua das Larangeiras, mais em cima o conjunto viário do futuro túnel santa Bárbara. A rua interna prevista para ter grande largura é a rua do Catete, vemos até os jardins do Palácio, que junto com ruas como a Humaitá, São Clemente, Senador Vergueiro entre outras seriam parte do sistema viário Lagoa-Glória, que seria alimentadora da Av. Norte-Sul, isso explica até hoje a existência de prédios tão recuados na São Clemente e na Senador Vergueiro.
A Avenida então partindo do Aterro e da rua da Glória (via em preto) seria dividida em dois tipos de pistas, ao nível da superfície de execução imediata e a elevada, a ser executada posteriormente.
No meu ver fora a esplanada, que ficaria bem mais humana que hoje, a construção dessa avenida promoveria a destruíção de grande parte do hoje Corredor Cultural, trechos enormes da rua da Alfândega, Senhor dos Passos, e até da Av. Passos sumiriam do mapa e se concluída significaria a extinção do SAARA e a destruição de mais um tecido urbano do Centro, numa época que a Pres. Vargas havia acabado de ser aberta e nem sonhava em ser ocupada, aliás não foi totalmente até hoje.
Continua amanhã……
Comments (27)
O que são aqueles prédios individualizados, é um projeto???
Exato Lefla, seria a esplanada de Santo Antônio, destinada a fins mais nobres que hoje, amanhã me dedico mais à ela
grande abraço, André!!!
interessante, como sempre!
ótima semana para vc!
[]s
Graças a Deus que projetos como esse não vingaram e nos deram a chance de preservar o que restou do velho centro da cidade. Essas avenidas cortando a cidade seriam um caos e promoveriam uma degradação ainda maior. Vias elevadas ? Nem pensar !
Às vezes ser subdesenvolvido e não ter dinheiro é uma vantagem. Vide as ainda belas cidades históricas da América do Sul versus os centros destruidos das cidades americanas. Apesar da destruição promovida no Rio de Janeiro, ainda haveria (como há) espaço para destruir mais.
Fico curioso para saber por que estes planos mirabolantes não foram adiante. Fica a pergunta …
Simplesmente pelo mal insidioso que assola o país, notadamente o Rio, a falta de continuidade administrativa.
Todos querem que o santo vista a SUA roupa, aí eles tiram a roupa que o santo está usando, que nem está pronta e começam tudo de novo….. ou seja o santa acaba ficando pelado !
A casa de minha avó, na rua São Clemente, possui metade de seu terreno impedido por causa deste plano.
A Santa ficando pelada é um sonho de consumo de muito vigário por aí… rs
JRO, a casa ainda tem o terreno impedido? Eu sou a favor da duplicação da São Clemente e da extinção, pulverização, salgamento e detonação da Menna Barreto. Aliás, eu sou a favor de pegar Botafogo e colocar dentro de uma redoma e mandar para o Lex Luthor, aquele inimigo do Super Homem, que tinha uma cidade toda dentro de uma redoma, num laboratório, reduzida. As pessoas viviam, andavam, tudo dentro da redoma.
Acho que era alguma coisa que tinha sobrado de Kripton. Quem nem Botafogo, ué…
esse /leflaneur é D++…hahahah
amigo, vc tem alguma coisa sobre a rua que seria aberta pela Sebastião Lacerda e que desafogaria o trânsito (ou …transe? ) da Rua das Laranjeiras? …há até um edifício, ao lado de uma clínica de Cirurgia Plástica,na rua Soares Cabral, cuja frente é na lateral…esperando(sentado, pelo visto) a tal da rua ser aberta…
Como vc bem identificou, o problema é a “glória” de ser o pai da criança, daí…pobre de nós, né?
PS: valeu pela dica do JB!
bjs
adorei seu flog!!!
fui indicada pelo Ruy rbpdesigner…
muito show!!!!
Sem ser contra nem a favor do Plano 1000, concordo com o André quando ele chama à atenção para o descalabro que causa a “descontinuidade administrativa” em nossa terra.
Quando entra uma nova administração, seja ela municipal, estadual ou federal, simplesmente desmonta-se a máquina administrativa que estava, para dar “emprego” aos filiados do partido e seus “aliados”. O PT, por exemplo, (não é perseguição, pelo-a-mor-de-deus) mais do que os outros partidos, gosta de fazer esse tipo de desmonte e, a meu ver, pagamos todos muito caro por isso. Em algumas cidades e estados administrados pelo PT nos últimos anos, a pulverização de rotinas básicas foi tão grande que passavam meses e meses e as contas de água, luz e telefone não eram pagas. Simplesmente por não se saber quem ficava com elas.
Mas, cá pra nós, felizmente não meteram o trator por cima de tanta (pouca) coisa que ainda resta do centro histórico, tão bonito, do Rio.
Menos mal.
Lefla a Mena Barreto, e a Visc Silva deveriam tersido alargadas quando da abertura da Prof Álvares Rodrigues, que acabou sendo aberta da largura das outras duas….
A prof. Só tem a largura planejada no seu iniciozinho por trás do Estação Unibanco, e a Mena Barreto no quarteirão de Furnas, essas ruas também tiveram seus PA.s feitos por Reidy
Angélica, não tenho nenhum mapa ou planta mostrando esse PA, mas certamente faria parte do sistema viário já implantado Viaduto Jardel Filho, rua Conde de Baebendi, que terminaria onde ??? Na Av. Lagoa-Glória !!!
Esse viaduto Jardel Filho é um horror, um troço que liga nada a lugar nenhum.. Fazer o trafego fluir pela pobre Conde de Baependi, com aquelas casa antigas e calçadas estreitas é outro crime. Seria melhor terminar o alargamento da rua das Laranjeiras e fazer o trafego fluir por ali, uma vez que já está descaracterizada com aqueles predio horríveis e com um recuo enorme sem uso.
João não dá mais para alargar a rua das Laranjeiras, há um bom número de prédios antigos que estão tombados, a cidade hoje tem que esquecer do transito pela superfície e construir o transito por baixo dela, ou seja como toda cidade cvilizada um sistema de Metrô que atenda a todos, aonde fica difícil construir estações como em Laranjeiras que fica fora de rotas possíveis pelo Metrô, deve-se implantar bondes modernos como sistema alimentador ao transporte de massa, ou seja uma linha de bondes do Largo do Machado até o topo do cosme velho e se possível até se comunicando com o sistema de bondes de Santa Teresa pelo Silvestre
Com certeza, a melhor solução. Mas temos que parar de construir monstruosidades como estes viadutos que povoam a cidade. Reduzir o numero de carros em circulação e investir em transporte público é a unica salvação.
A outra é reduzir a população deste planeta estressado.
A destruição na Senador Vergueiro ia ser impressionante, já que a rua está ocupada por muitos prédios não recuados e que deviam ser bem novos ainda nos anos 40 (como o dos Bancários). É capaz que ficasse como a do Catete, onde o Metrô arrasou e inviabilizou metade dos terrenos, ficando a rua uma sucessão de paredões e áreas vazias.
Já a São Clemente e a “Av. Radial Sul” eu acompanho desde criança, com seu traçado pontilhado que permaneceu em tudo quanto é mapa da cidade por décadas (acho que ainda hoje se fazem mapas assim). Fico no aguardo dos próximos posts para ver como isso seria construído.
Em todas as áreas o descalabro é total. Não há continuidade. Ninguém é responsabilizado.
Veja os clubes de futebol – algum dos milhares de dirigentes que roubam está preso?
Veja nos hospitais – compra-se material obsoleto em grande quantidade que fica jogado num almoxarifado qualquer.
Veja os ônibus elétricos, tema da última semana lá no meu fotolog – um investimento enorme (subestações de energia, rede aérea, importação dos veículos,etc) e duraram 7 anos.
A terra da impunidade é aqui.
http://fotolog.terra.com.br/luizd
Bom, a falta de continuidade também faz parte do problema, mas, há quantos anos o Cézar Maia e grupo estão no poder ?
Até hoje não existe NENHUM plano concreto de melhoria das condições de circulação do transporte coletivo na cidade. Em 2004 em São Paulo foram inaugurados mais de 100 km de faixas exclusivas para ônibus, por exemplo. Aqui no Rio não temo nem estudo nem plano para isso. Nem menos um Instiuto que cuide com seriedade do Transporte Público.
O ônibus em pista exclusiva funciona como um metrô de superfície, pois não engarrafa. E até mais simpático, pois pode-se desfrutar da paisagem.
Av Lagoa -Glória? caraaaamba, por onde passaria???
…e a rua Ministro Tavares Lira, que pára no “Beco” da São Salvador ao invés de continuar pela Paulo VI????
é fooooogo,né?
Marcelo, acho que pistas exclusivas para ônibus é mero paliativo numa cidade como o Rio, a solução é transporte sobre trilhos.
valeuu…eu sou duuuuuhhh, messssmo! hahaha
poesia é difícil mesmo….
se puder, não perca a foto que colocarei amanhã…
[]s
André,
A solução seria transporte sobre trilhos. Mas a cidade no curto e médio prazado não dispõe de recursos para isso. No Rio é inaugurado uma média de uma estação a cada 5/6 anos. A solução do tráfego de ônibus em pista exclusiva foi uma iniciativa da cidade de Curitiba em 1972, que foi copiada por inúmeras cidades no mundo, inclusive na Suiça e ao menos em 11 cidades nos Estados Unidos, inclusive Los Angeles, a “meca” do automóvel. Sem falar de inúmeras cidades da américa Latina, como Bogotá, Quito, Mérida (venezuela) e cidade do méxico, inaugurado há poucos dias.
Segue uma foto do sistema da cidade de Bogotá inaugurado há poucos anos, reconhecido mundialmente e implantado por técnicos brasileiros. Transporte mais gente por dia que o metrô do Rio !!!
http://geocities.yahoo.com.br/zostratus18/bogota.jpg
Outro link para o FTA – Federal Transit Administration , dos Estados Unidos, que assumem que a inicitaiva partiu da cidade de Curitiba.
http://www.fta.dot.gov/initiatives_tech_assistance/technology/brt/projects/2401_ENG_HTML.htm
Ajudem-nos a salvar o palco do Automobilismo Carioca. Acessem o endereço a seguir e poste sua assinatura junto a nossa.
http://www.PetitionOnline.com/pan2007/
Não é daqules procedimentos chatos e longos não. É rapidinho. E lá tem as informações do que se trata.
Repassem à todos de seu mailing-list.
Um abraço e obrigado desde já.
Faixa exclusiva pra ônibus no Rio é piada. Já existem, ou existiram, quilômetros e quilômetros de faixas exclusivas, como por exemplo o corredor Aterro-Copacabana. Só que na prática os carros continuam trafegando por estas faixas, sem falar que mesmo que isto não acontecesse, com o número excessivo de ônibus e seus “malabarismos”, dificilmente estas faixas não engarrafariam.
Uma “destruição” bem mais criativa do que a que ocorre hoje na cidade do Rio de Janeiro. Especialmente por não causar o impacto deletério nas cidades vizinhas.
O brilho de alguns arquitetos (e urbanistas) do passado ofuscou de tal maneira os atuais profissionais que parece que não conseguem atingir um nível mínimo de resolução dos problemas.
Hoje faz-se tudo sem planejamento vide a Copa, a Olimpíada e (principalmente) o Porto Maravilha.
Saudações.