Restaurante do SAPS, anos 50

andredecourt's photo de 28/03/05

Na semana passada Roberto Tumminelli /tumminelli, no seu flog Carioca da Gema, colocou uma impressionante foto de uma fila da manteiga em pleno Largo da Carioca.
A manteiga pelo que transparece na foto e na reportagem do jornal O Globo de onde foi retirada, estava em falta, não por falta de leite, mas sim por uma daquelas entre-safras artificiais causadas pelos produtores, quem podia pagar certamente pagava com agio e a passava no pão.

O governo interviu mediante o SAPS ( Serviço Alimentar da Previdência Social), e como tudo que envolve governo e previdência não funcionou, está aí a foto do Roberto para provar http://ubbibr.fotolog.net/tumminelli/?photo_id=9698747
O SAPS foi um típico fruto da política assistecialista do periodo Vargas, onde recursos da previdência social eram desviados para alimentar pessoas que certamente não eram contribuintes, pois na mesma legislação que criou o SAPS, obrigava-se fábricas e escolas a manterem restaurantes de grande capacidade.
Segundo um velho anuário governamental do periodo imediato pós Vargas a missão do SAPS é explicada “Cabe-lhe a assistência técnica e a ajuda a restaurantes de diversas coletividades, bem como a manutenção de seus próprios restaurantes populares, que fornecem, a preço muito baixo, alimentação aos trabalhadores”.
Na foto de 1954 vemos a cozinha de um dos restaurantes do SAPS no então Distrito Federal.

Comments (23)

rossanah 28/03/05 08:35 …
impressionante!
boa semana pra vc!
jban 28/03/05 08:43 …
Me deu até arrepio ! Imagina o que saia dessas panelas …
Fico pensando também nas mamatas e roubos de material…
bemaia 28/03/05 08:46 …
Interessante…
Beijos, Bê.
Lefla 28/03/05 09:15 …
Restaurante a um real! Nada muda no Brasil, quando muda, deixa filhotes que querem voltar ao Dantes, no Quartel de Abrantes.
Alvaro Gabriel 28/03/05 09:33 …
Como é que se governa a massa ? Com pão e circo, já havia concluido a velha lábia romana nas escadas do senado.
E outra coisa não tem sido feita aqui em Pindorama; entra governo sai governo usa-se de um lado a novela das 8 e do outro o frango do Fernando Henrique a 1 real o quilo.
Quando o frango do FHC furou a barreira do 1 real o Lula conquistou o poder e na falta de frango criou o Fome Zero; um programa que já saiu com a nota acoplada no nome.
A única coisa que diferenciam os governos na aplicação da política pão e circo é que algumas administrações já trazem o circo embutido em si mesmos o que, justiça seja feita, já facilita e barateia os custos.
bandman 28/03/05 09:39 …
The people of Rio always did know how to eat right!
tumminelli 28/03/05 10:21 …
Qualquer semelhança com os restaurantes da Desgovernadora do Estado do Rio É SIM coincidencia!
:-))
rodperez 28/03/05 10:54 …
ta vendo como algumas coisas melhoraram?
Luiz 28/03/05 12:08 …
A saída não é o Galeão mas educação (conscientização). Algum dia teremos gente de bem interessada em política partidária? Algum dia teremos um povo instruído (conscientizado) com capacidade para escolher seus representantes e cobrar deles as reformas necessárias?
Sei não: o panorama e a perspectiva são desanimadores…
http://ludaol.multiply.com/
jro 28/03/05 12:13 …
E o rango era bom???
Jro :-)))
jaymelac 28/03/05 13:09 …
Sou antigo o suficiente pra lembrar do SAPS!!! Era muito comum fazerem piadas com o rango de lá…
Abração,
Jayme
eduardo bertoni 28/03/05 13:41 …
Esse negócio de dar comida de graça ou a 1 real nunca funcionou. Sempre foi e será populismo do mais barato.
Abs,
Bertoni
http://fotolog.terra.com.br/outromundo
eduardo bertoni 28/03/05 14:14 …
Como eu disse foi o mais caro carro americano…
Vc. tem detalhes da Bugatti?
jro 28/03/05 14:18 …
Que Bugatti ???
:-))
lucia 28/03/05 14:43 …
Buenas!
prfragoso 28/03/05 16:02 …
Que panelões!!!… E olha o tamanho da colher de pau que aparece aí, em primeiro plano. Imagina só se o feijão que era cozinhado nessas panelas era catado; ou se o arroz era lavado. Pela quantidade não era mesmo…
Transportando isso pros dias de hoje, assim devem ser as cozinhas dos “brizolões”… Rss
jban 28/03/05 20:46 …
Isso me lembra o bandejão da UFRJ na Ilha do Fundão .. Imagina que se encontrava no meio dessa comida.
Luís Felipe Pires 28/03/05 20:55 …
André, vc sabe dizer se essa foto é da cozinha do Calabouço ?? Gostaria de saber, já q minha avó era caixa do restaurante do Calabouço, e eu já fui lá qd era criança!!! ( se fosse hoje, ela ia cobrar R$ 1,00 !!!!)
andredecourt 28/03/05 22:44 …
Olha Luís, eu adoraria saber aonde é também !!!!!!!!
Waldenir 29/03/05 06:59 …
jban, imagina o bandejao da Geociencias no Fundao…custava dez centavos, o pessoal dava um cruzado e dez entravam…houve ateh uma epoca que davam uma ficha para voce preencher,caso sentisse “alguma coisa” no prazo de 24 horas apos ter comido lah.E os outros bandejoes,como o da Letras e o da Reitoria,eram a mesma coisa.O menos pior era o do HU,mas voce tinha que estar de branco para comer lah.Arrumavamos jalecos emprestados,mas a diretoria do HU descobriu,e passaram a exigir o cracha.
jban 29/03/05 09:46 …
Havia um quadro na entrada do bandejão com tudo o que aparecia de objetos estranhos na comida: pregos, panos, plastico e outras coisas que se dissolviam quando cozidas …
lucia 29/03/05 10:10 …
Muito Buenas tardes!!! :)))
jro 29/03/05 10:13 …
Salve!
Ainda neste restaurante?
:-))

Um comentário em “Restaurante do SAPS, anos 50”

  1. No restaurante do Calabouço a comida era honesta. Refiro-me ao que ficava na av. Beira-Mar, onde hoje está localizado o trevo de acesso ao aeroporto Santos Dumont. Não ao galpão erguido posteriormente, entre a gen. Justo e a mal. Câmara, e onde o estudante Edson Luís foi morto pela PM. Os restaurantes da UFRJ também eram bem razoáveis. Tanto o da Praia Vermelha quanto o do lgo. de São Francisco ou os da ilha do Fundão. Não consigo imaginar em que possam ser superiores os “podrões” servidos nos trailers espalhados pelos campi das atuais universidades. E parece que os antigos bandejões deixaram mesmo saudade, haja vista a proliferação de “restaurantes à quilo” pela cidade. Na verdade são eles os sucessores dos “bandejões”, incluindo os do SAPS.

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