No dia 20 de Novembro de 1971, sábado de manhã, as compras de natal começavam a ganhar vulto, com o final do ano e o décimo terceiro salário se aproximando.
Na esquina com a rua Hadock Lobo dezenas de veículos aguardavam no sinal fechado, inclusive ônibus, na parte superior da construção uma betoneira avança lentamente, derrepente é ouvido um forte estalo e o maior vão do viaduto com 120 metros desaba sobre a rua, esmagando 30 carros de passeio, um ônibus e um caminhão, matando mais de 20 pessoas e deixando dezenas feridas.
A tragédia enlutou a cidade, e deixou as autoridades perplexas, pois o que havia acontecido de errado com a estrutura de concreto protendido, uma das grandes novidades, no caso utilizando-se a tecnogia Freyssinet, da época e tida como uma das estruturas mais seguras.
Os laudos periciais posteriores indicaram que houve uma falha na protensão, que é evitar que o concreto se rompa por uma pressão vertical localizada, utlizando-se para isso vigas metálicas e cabos de aço que fazem uma pré-tensão a fim de anular a força que essa pressão possa causar.
Os relatórios se avolumaram, mas como de praxe não se indicou os culpados, se o problema se originou na fase de projeto, planejamento ou execução da obra.
Até pouco tempo atrás ainda tramitavam pela nossa justiça ações indenizatórias dos feridos e das famílias dos mortos se arrastando nos tortuosos caminhos da nossa justiça.
Hoje também temos no flog do Roberto Tumminelli /tumminelli, post análogo ao viaduto da Paulo de Frontim : http://ubbibr.fotolog.net/tumminelli/?photo_id=9050393
Comments (24)
Po!!! Conserta essa foto preguiçoso!!!!
:-))))))))))))))))))))
Me lembro dessa porra!
Deixa assim que é autêntico, de época
Tadinho do Zé do Caixão…
A impunidade como sempre impera, uma pena saber que após 34 anos esses engenheiros continuam construindo prédios…quem sabe algum deles não teriam feito o Palace II?¿
Abraços e como é bom ter memória!
Puxa me lembro bem dessa tragédia.
Tinha uma mulher no meu prédio que perdeu familiares nesse acidente e me lembro que chovia fino na hora do ocorrido.
Anos mais tarde, compôs Aldir Blanc: ” Caía, a tarde feito um viaduto…”.
Pois é, a impunidade é a mãe de todos crimes desse país. Neguinho pensa assim: ” – Não vai dar nada mesmo…”. Nos primórdios da Av. Rio Branco , no meio da construção, num sábado de carnaval, o ex-quase futuro Clube de Engenharia veio a baixo fragorosamente. Parece que morreu um ou dois trabalhadores. Mexe daqui, puxa de lá e nunca ninguém foi indiciado. E olha que era o Clube de Engenharia…
me lembro bem disso… O barulho surdo que se ouviu da Praça Afonso Pena.
Pois é Álvaro o desabamento do clube de Engenharia é de uma surrealidade impressionante, e que nos leva a parafrasear De Gaulle
O pai de uma das minhas concunhadas estava no local do acidente. Não me lembro ao certo se ele trabalhava na obra do viaduto, ou se participou dos resgates. Mas o impacto do acidente na vida dele foi tão grande q ele enlouqueceu…
Obrigado pelo comentário, mas tem alguma foto do Rio Antigo que vc não conheça?
Abraços
Celso
Tenho um jornal com essa foto. Não lembro o nome da publicação, só que era bem colorida e impressa em papel de boa qualidade, quase uma revista.
Passei muitos anos da minha infância com a imagem desse Zé do Caixão na cabeça!
Um detalhe engraçado, que pelo visto se mantém até hoje: parece que no dia da queda do elevado, o Rio de Janeiro em peso estava na Av. Paulo de Frontin ou na Haddock Lobo. Todo mundo conhece pelo menos uma pessoa que “acabara de passar pelo local”. Minha mãe, inclusive (não sei se é caô dela).
Não sei se é este o carro, mas o motorista de táxi que perdeu ambas as pernas e penou durante anos por uma indenização, freqüentava quase que diáriamente a ABBR, em frente onde moro. Desde alguns anos ele sumiu, o que me faz crer ter morrido sem nunca ter obtido seus direitos e um pouco mais de dignidade. A imagem que mais me marcou foi a do motorista do ônibus, prensado e desesperado enquanto os bombeiros, quase que impotentes procuravam fazer o máximo para o salvar. Não lembro se sobreviveu.
Concordo e não concordo sobre a Praça Paris. Os travestis ficam ao redor, como ficam ao redor dos apartamentos da escola e outros lugares portanto não estão dentro da Praça.
Costumava ver os chafarizes funcionando, mas agora me parece ser mais esporádico. Ontem de fato estava muito sujo, muito plástico e papel. Teria sido alguma ventania? Precisa mesmo um “banho de loja” mas ainda está melhor que muitas outras!
Abraços.
Muitas tragédias aconteceram no Rio e nada aconteceu com os responsáveis. Lembram do desabamento do supermercado Ideal???
Sinistro! Lembro disso…
Tenho andado ausente por falta de tempo, mas hoje me dediquei à capivara e agora tou dando um passeio…
Grande abraço.
Andre, como é que uma pessoa se dedica à capivara? Suspeito, muito suspeito…
hehehehehe
Eu estava meio de ressaca pela festa do meu aniversário na noite anterior, ainda deitado na cama ouvindo a Radio Muuuuuuuuundial, quando veicularam a notícia do desabamento. Pediam a colaboração de médicos e de acadêmicos de medicina para ajudar no resgate das vítimas.
Investido da autoridade de terceiroanista,
para lá rumei e hoje posso te dizer que fui testemunha das cenas mais pavorosas que a minha memória já arquivou.
Ví de tudo inclusive gente sendo amputada das pernas, quase a sangue-frio, para poder ser liberta dos escombros. Foi realmente um pavor!
Hoje tem caviar lá no meu flog. Vá lá conferir:
http://fotolog.terra.com.br/outromundo
abs.
Ontem caiu um desses na minha testa. Mas a Dani é alta e segurou… rs
Ainda não caiu um desses na minha testa essa semana Lefla, mas estou com vontade de tomar uma troletada já apartir de hoje, aceito convites !
e eu passei por debaixo desse viaduto, de ônibus, mais ou menos duas horas antes dele cair, indo, não fazer compras de Natal, mas para aula de curso pré – vestibular…!!! Ao sair da aula, soube da tragédia e da minha sorte !! Um dia que entrou para a minha história !
Meu falecido pai, trabalhava na antiga CTB (depois Telerj) e havia passado poucos minutos antes em sentido Estácio e no retorno para Afonso Pena não conseguiu mais passar. O seu relato de assustado por passar tão perto da morte me impressionou, no alto dos meus sete anos de idade. Eu começava a apresentar fobia a sangue, pessoas machucadas e alguns dias depois, um vizinho chegava à minha casa com uma revista “O Cruzeiro”, a qual inocentemente peguei e abri e desmaiei com uma foto colorida de uma perna de mulher amputada na roleta daquele ônibus. Nunca consegui esquecer, nunca consegui me livrar desse fantasma.