Tabuleiro da Bahiana, Agosto de 1958

 andredecourt's foto van 7-1-04

Outra foto do Tabuleiro da Baiana, essa enviada pelo nosso amigo Jason do Flog cochesdecuba, a foto é de Agosto de 1958, e pelo visto um dia chuvoso .
Olhem só o cidadão lendo o jornal de sobretudo bem ao jeito dos detetives dos filmes de mistério, a sujeirada, com faixas e cartazes colados nos pilares do tabuleiro, é conseqüência da eleição para os cargos municipais, que ocorriam de forma defasada como ocorre hoje . Na época o prefeito do Distrito Federal era nomeado pelo Presidente, mas o conselho de representantes distritais, chamados de Vereadores Distritais, era eleito pelo povo .
A sujeira hoje melhorou um pouco, pelo menos os cartazes estão proscritos, o TRE jura que os galhardetes na próxima eleição também serão proibidos … vamos ver .
No cantinho superior esquerdo, podemos ver lá longe um pedaço da fachada do edifício Marques de Herval, um marco da arquitetura moderna no pais, que tinha como destaque o intricado e complexo sistema de persianas articuladas e brise soleis na fachada da Av. Rio Branco, que rendeu ao prédio o apelido de “tem nego bebo aí” .
Os arquitetos, os Irmãos Roberto, queriam eliminar a forte insolação das salas na parte da tarde, mas não retirar a visão da rua, razão de seus parapeitos serem inclinados e as persianas girarem em 180 graus, mas alegando-se custo alto de manutenção as persianas foram retiradas em 1965, sacrificando a conta de luz dos proprietários das salas viradas para avenida e destruindo a fachada do prédio, que tinha substituído com honra o Palace Hotel, hoje infelizmente é um pastiche, com os modernos materiais sintéticos de hoje elas bem que poderiam ser recolocadas

Comments (11)

nelson369 7-1-04 18:00 …
Bons tempos, pior de tudo. Apesar da bagunça, bons tempos. Quanto ao Jason, que colaborou com a foto: trata-se de um clássico da Humanidade. Quase diria q ele nao existe. Abraço grande
isim 7-1-04 18:03 …
Bem aí, no edifício que fica em frente ao terminal, nos anos 60, ficava a Hobbylândia, onde a gente comprava aeromodelos, trens e alguns anos depois, equipamentos de autorama. Era uma loja bem pequenina, mas fabulosa. Muito melhor do que a ainda hoje funciona no Avenida Central…
Morro de saudades do Rio dos anos 60….
andredecourt 7-1-04 18:19 …
jro @ 2004-01-07 18:14 said:
Porque o nome Tabuleiro da Baiana ?
Acho muito bom viajar nesta tua máquina do tempo.
JRO
PS – JiM Clark :-))
Porque parecia literalmente um tabuleiro de baiana, uma lage de concreto, fininha e enorme apoiada por um monte de pilarisinhos que pareciam toquinhos, os Cariocas sempre foram fantásticos em botar apelidos nas coisas.. hoje não tão criativos..é verdade
boreli 7-1-04 19:57 …
Sem comentários. . .
crispassinato 7-1-04 20:14 …
Muito legal, amo essas fotos antigas é um contraste com hj estupendo!
Show!
Bjinhos
Cris
cara_estranho 7-1-04 21:32 …
Ah…os bondes… Sei não, mas queria muito ter vivido isso.
danischa 8-1-04 6:55 …
É… eu também…. (cada dia mais)
:/
rioantigo 8-1-04 7:17 …
O tabuleiro não precisava ser demolido. O trânsito de hoje é pequeno naquele local. Quanto à loja Hobbylândia, que saudades dos aeromodelos que fazia. Hoje funciona um cartório no local.
cochesdecuba 8-1-04 13:20 …
Não precisava ser demolido, mas também não precisava ficar de pé, né meu caro? O tabuleiro era um troço feio pra chuchu: uma laje sobre umas coluninhas finas… A única coisa interessante era o apelido – que fez a fama do ponto nos poucos anos em que ele funcionou. Fora isso, não havia valor nenhum. Já a Hobbylândia merecia ser tombada! 🙂
mariaritamariano 9-1-04 8:26 …
Como disse, me amarro nessas fotos…
calmbach 18-4-06 13:38 …
O Marques do Herval é o tipo do edifício modernoso (moderno + horroroso) criado por nossos arquitetos, sem a mínima consideração ao bom senso. As persianas não cumpriam a função de proteger do sol. Enguiçavam com frequência, exigiam força para serem redirecionadas. Os parapeitos inclinados, impediam que se chegasse às janelas,sem tropeçar e quase que ter que ficar na ponta dos pés. A entrada do edifício, subterrânea, era alcançada por um plano inclinado em pedra portuguesa. Altamente escorregadio, foi necessário improvisarem-se degraus com o correr do tempo. A instalação de bares e restaurantes no subsolo enchia o ambiente de fumaça e gordura, pra não dizer do calor que emanava dos fogões. A ligação entre os andares era totalmente livre o que, em caso de incêndio, seria uma tragédia