A foto de hoje também de Malta é tirada no angulo inverso da anterior, vemos então a esquina da Rio Branco com a rua de Santo Antônio, hoje Bettencourt da Silva, e nela vemos o Pavilhão Internacional.
A construção foi inaugurada em 1906 para a demonstração do “Ferro Carril Asiático”, um dos mecanismos de diversão tão em voga na época, onde o espectador ficava sentado dentro de uma imitação de vagão de trem, e pelas janelas passavam imagens da terra santa.
Em 1907 o barracão foi “adquirido” por Pascoal Segreto que nele montou o seu “Pavilhão”, onde além do cinema havia rinque de patinação e teatro, lugar onde encenava-se revistas e operetas.
O barracão era comprido e ocupava toda a testada na frente da avenida Central, em meio aos imponentes prédios ecléticos da época, o que não era bem visto pela sociedade, que ansiava uma cidade européia. Para esses o Pavilhão Internacional não passava de um horrendo barracão de madeira, “hediondo” segundo Luiz Edmundo em seu “O Rio de Janeiro do Meu Tempo”. No início da noite o pavilhão exibia filmes “adultos” o que ajudava a deixar sua imagem ainda mais prejudicada.
Em 1909 iniciou-se uma briga judicial com a municipalidade, inicialmente indeferindo a renovação da licença de funcionamento do estabeleimento, com base em medidas suspensivas, o estabelecimento continuou funcionando ao ponto de em 1912 serem construídas arquibancadas metálicas para o desfile carnavalesco, uma inovação.
Mas em 16 de Maio de 1914 por ordens de um oficial de justiça o “Pavilhão Internacional” foi demolido, num processo muito parecido com o Maison Modern, do mesmo empresário, anos antes na praça Tiradentes para o alargamento da rua da Carioca.
Mas a tradição cinematográfica dessa esquina permaneceu por mais várias décadas, pois no prédio do Liceu, nessa exata esquina funcionou por muitos anos o cinema Central.
Na foto além do pavilhão, vemos os prédios remanescentes do conjuto do Liceu após as reformas de Passos, onde podemos observas que a construção era maior que muitos imaginam, inclusive com várias casas baixas dentro do complexo.
Na extremidade esquerda superior da foto vemos um nesga do Teatro Municipal
Comments (6)
Excelente registro. A imagem é inédita para mim. Realmente as instalações do Liceu eram enormes. mesmo com as demolições de Passos o quarteirão remanescente é muito grande.
Alí hoje está fincado o edifício da Caixa Econômica Federal.
Também nunca tinha visto esta foto.
Sensacional!
Uma vista aérea desta região pode ser vista em http://fotolog.terra.com.br/luizd , num “post” duplo involuntário.
Existem áreas nas cidades que são fadadas a abrigar monstrengos arquitetônicos. Esse pavilhão era horroroso e o edificio da Caixa seguiu a tradição.
Porque post involuntário?
Esta é a melhor sequencia que vi até hoje! Deveria continuar até os anos 70 com a construção do Edifício Sede da Caixa!
Tantas histórias quase perdidas no tempo, fascinante esse “Ferro Carril Asiático”, um rinque de patinação? E pensar que ali (aqui no prédio) foi o primeiro “cinema pornô” do Centro. Meu Deus, deixa o pessoal aqui da Caixa saber disso!
Sim, entendo… este lado é o que ficava para o que um dia será a estação de metrô da Carioca, onde funcionaria durante décadas o Cinema Central… a foto aérea do /luizd, fecha com chave de ouro!
Quanto mais eu aprendo, mais percebo que nada sei!
A Caixa agradece e eu também!
Sensacional,concordo com o Sanchez,nunca ví uma sequencia como esta. Nós Cariocas da Gema,não conhecemos nada da história de nossa cidade ;e este fotolog é sensacional,percebe-se que o André é apaixonado pelo nosso querido Rio de Janeiro.
Este lado é o virado para a atual Av. Rio Branco.